Trabalhadores lotam sala de reunião

Participação surpreende governo e é termômetro para mobilização



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A reunião agendada para repassar as respostas quanto às reivindicações dos trabalhadores da saúde teve nesta terça-feira (11/03) uma conotação diferente. Os servidores lotaram a sala de reunião da Secretaria de Saúde (SES/MG) para ouvir o retorno do Secretário adjunto, Wagner Ferreira, sobre a pauta de reivindicações protocolada pelo Sind-Saúde/MG há cerca de 20 dias. A presença de dezenas de trabalhadores levou o secretário adjunto a convocar representante da Seplag para participar da reunião. Com uma hora de atraso, os representantes do governo conseguiram perceber a insatisfação dos trabalhadores em relação a falta de solução sobre as reivindicações.

Estavam na reunião representantes dos trabalhadores de todos os órgãos e fundações. Antes de iniciar a reunião foram convidados pelo Sind-Saúde/MG os Auxiliares de Gestão a Saúde que mostravam insatisfação com o governo por terem ficado de fora das propostas do ano passado. Muitos servidores puderam acompanhar a reunião e ouviram do Sindicato o histórico da estratégia do governo de manter os AUGAS fora das negociações.

O diretor do Sind-Saúde/MG, Renato Barros, relembrou a insistência do Sindicato em negociar melhorias para esta carreira, que tem hoje os menores salários da saúde, e, estabelecer a isonomia de tratamento. “Maldade maior não poderia ter sido feita quando o governo distorceu a tabela. Tentamos no ano passado fazer com que o governo descomprimisse a tabela. Alertamos sistematicamente que a tabela dos AUGAS tem uma perda que representa quase R$1mil. O governo criou uma luta de classe dentro dos trabalhadores da saúde na SES”, disse Renato no inicio da reunião.

Renato destacou os pontos de importância imediata para os trabalhadores da saúde e a necessidade de solução antes do limite legal estabelecido pela lei eleitoral. Até 8 de abril a Assembleia Legislativa precisa aprovar qualquer alteração de lei que gere impacto financeiro. O Sindicato apresentou a revisão da carreira e a isonomia de tratamento como os dois pontos centrais no inicio das negociações.

Os trabalhadores da SES, que tiveram oportunidade de falar, mostraram a insatisfação e o sentimento de discriminação com a falta de proposta de melhoria na carreira. No ano passado, o governo aceitou a criação da gratificação apenas para uma carreira na SES. Foram contemplados, depois de muita luta e mobilização, os Especialistas de Políticas e Gestão da Saúde (EPGS). Os servidores fizeram um histórico de como aconteceu a campanha salarial ano passado e a estratégia do governo de dividir a categoria da saúde.
Além da valorização salarial, o reajuste do vale-transporte também foi reivindicado pelos trabalhadores. “Vale-transporte de R$39,00 dá apenas para pagar a primeira semana de condução. O resto estamos pagando para trabalhar”, afirmou um trabalhador.

Outros pontos foram rapidamente colocados pelos trabalhadores, como a falta de capacitação, de incentivo ao estudo e a defasagem do prêmio de produtividade.
Já na Fhemig, foi reafirmado que foi reduzido para 79 a lista dos excluídos da redução da jornada para 30 horas e que o governo está discutido caso a caso a questão para avaliar o direito de todos.

Já os representantes do governo mais uma vez colocaram impedimentos financeiros e até mesmo a crise mundial para justificar a falta de propostas concretas. A assessora de Relações Sindicais da Seplag, Helga Gonçalvez, disse que aguarda a validação de suas chefias para apresentar as respostas em relação aos 14 itens da pauta de reivindicações protocolada pelo Sind-Saúde/MG.

Renato Barros lembrou que o gestor da saúde por lei é o secretário de saúde e não como acontece em Minas que a resolução fica a cargo da Seplag.

Os representantes do governo mais uma vez ficaram de retornar as questões à Seplag que deverá dar a resposta se irá agir em relação a data limite da lei para ano eleitoral.

 

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