Lagoa Santa sem SAMU
Arbitrariamente, prefeitura dispensa toda equipe e população fica desassistida na cidade
A única equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Lagoa Santa, região metropolitana de Belo Horizonte, foi surpreendida com a demissão sumária pela prefeitura. Os oito socorristas técnicos de enfermagem e quatro condutores socorristas que seriam responsáveis pelo atendimento de toda a população da cidade receberam o aviso da dispensa por mensagem no whastapp no dia 19 de outubro. Antes disso, os(as) trabalhadores ainda ficaram dois meses sem receber salário.
Os(as) trabalhadores(as) participaram de processo seletivo em 2013 e foram convocados no dia 1º de setembro deste ano. Fizeram treinamento de 10 dias em Belo Horizonte, mas após 60 dias da carteira assinada pela prefeitura eles não chegaram se quer a começar a trabalhar. A ambulância e equipamentos, medicamentos e todo material de atendimento estão parados em uma unidade que foi construída para abrigar o SAMU na cidade. Um vídeo que o Sind-Saúde/MG teve acesso mostra bala de oxigênio, maca, diversos colares cervicais e outros materiais expostos sem nenhuma segurança. Sem o SAMU de Lagoa Santa, as emergências na cidade precisam ser socorridas pelo corpo de bombeiro de Vespasiano.
O prefeito de Lagoa Santa, Fernando Pereira Gomes – que não conseguiu se reeleger na cidade – é presidente do Consórcio Intermunicipal Santa Aliança para a Saúde desde dezembro de 2014. O consórcio é responsável pela gerencia do SAMU em municípios da região metropolitana de BH. Para implantar o SAMU na cidade, o consórcio repassou à Lagoa Santa R$642.688,48.
Segundo um dos socorristas que fazia parte da equipe que foi dispensada, a prefeitura não informou nenhum motivo para o cancelamento do contrato de trabalho nem explicou os motivos para a suspensão dos serviços do SAMU.
A diretoria do Sind-Saúde/MG recebeu a denuncia na manhã desta terça-feira (25) e irá se unir aos trabalhadores e população contra esse descaso. O Sindicato já tem uma reunião agendada com os consórcios onde será questionada a situação. Uma comissão de trabalhadores(as) será formada para acompanhar as discussões.
Mensagem da coordenação é o único aviso sobre a dispensa dos(as) trabalhadores(as)
Acima, unidade do SAMU pronta, mas sem funcionamento. Abaixo, obras em março para construção da unidade.
Além da falta de serviço com os equipamentos parados, os medicamentos estão armazenados de forma imprópria dentro da unidade recém-adquirida
