Suspensa a greve na saúde

Categoria não está de acordo com o 13º em quatro parcelas, mas com vistas para a desmobilização advinda do recesso, decide suspender a greve até o início do próximo ano

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A notícia que o governador Pimentel mandou para os(as) servidores(as) da saúde em plena chegada das festas de fim de ano foram recebidas com tristeza, mas não com desânimo da categoria. Na noite de ontem (21), o governo comunicou a escala de recebimento para os demais servidores da saúde, além da FHEMIG e HEMOMINAS que já haviam sido comunicadas de seus pagamentos pelo fato de terem mais impacto na urgência e emergência se decidissem pela continuidade da greve. Somente estas duas fundações terão suas parcelas quitadas em Dezembro e Janeiro, e para os demais servidores, a previsão é que o pagamento seja feito em quatro vezes, a partir de janeiro de 2018, até o mês de abril.

Com a notícia antecipada, a mobilização que seria para acompanhar a reunião de negociação, passou à assembleia unificada para decidir os próximos encaminhamentos. Apesar da insatisfação generalizada com o desrespeito de um governo que transforma o benefício de final de ano do trabalhador em parcelas que vão até quase a metade do próximo ano, a decisão dos trabalhadores em assembleia foi de suspender a greve até a próxima assembleia geral que será marcada posterior às negociações do dia nove de janeiro.

No dia 28 de dezembro haverá assembleia das fundações FHEMIG e HEMOMINAS para apresentar o que foi encaminhado nas mesas negociações de cada uma delas, que acontecerão nos dias 22 (hoje) e 27, respectivamente. No dia nove de janeiro, todas as fundações sentarão com o governo, separadamente, para discutir pautas específicas de cada uma, durante todo o dia. Nova assembleia geral será marcada para depois da data, para apresentar os encaminhamentos de cada instituição.

Mobilizações de hoje dos servidores em protesto

Mesmo com o recebimento assegurado para dezembro e janeiro, os servidores das fundações FHEMIG e HEMOMINAS, fortaleceram a luta das demais entidades e marcaram forte presença em frente o Banco do Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). Apesar de cancelada a reunião em virtude do comunicado já feito na noite de ontem, os servidores em greve retornaram indignados(as) ao local no horário estabelecido, e cantaram palavras de ordem que expressavam a indignação de não estarem contemplados na proposta do governo .

A Fundação Ezequiel Dias (FUNED), não se mostrou pacífica diante da notícia, e pelo segundo dia consecutivo, os trabalhadores trouxeram um pequeno caixão feito em papelão com os dizeres “caixinha de natal”. O que, segundo a trabalhadora Janaína, faz alusão à situação de morte em que o governo coloca o benefício que deixa de existir no final de ano: “não é décimo terceiro se paga dividido no ano que vem, muita gente vai entrar de férias agora e ninguém tem dinheiro”, desabafou a trabalhadora.

Entre muitos desabafos de trabalhadoras e trabalhadores, a fala de uma servidora da FUNED chamou a atenção para o fato de em mais de dez anos de serviço público este ser o primeiro ano em que não haverá décimo terceiro. Fato este que se inaugura, ironicamente, no colo de uma gestão que se construiu nas bases das lutas populares. Um governo que para sanar as necessidades de uma crise que é dos bancos, lança mão do décimo terceiro dos trabalhadores da saúde e da educação.

O recado da saúde para o governador é que: ou ele muda radicalmente a postura no tratamento com o servidor ou pode nos aguardar para 2018, porque se a saúde tem compromisso com o seu ofício, a gestão tem por dever o compromisso com a saúde mineira.