Segunda (02) é na Praça Sete

Semana começa com grevistas da saúde dialogando com a população.

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Greve chega na segunda semana

Servidores da saúde completam uma semana de greve no estado. O movimento que começou na segunda, 25, está forte em Belo Horizonte e se expande nas cidades do interior como Juiz de Fora e Governador Valadares.

Na próxima segunda-feira, 02/05, os servidores não estarão em seus locais de trabalho, mas farão atendimento da população na Praça Sete a partir das 10 horas. Haverá aferição de pressão arterial e medição de glicose. Na quinta-feira, 28/04, os trabalhadores em greve fizeram doação de sangue em regime de mutirão na Fundação Hemominas.

Até o momento, o governo não apresentou nenhuma proposta o que fortalece a determinação da categoria de intensificar os atos de protesto. O Sind-Saúde lamenta que a população sinta os efeitos do aumento da desassistência.

Na Fundação Ezequiel Dias (Funed), por exemplo, a situação é crítica. Como já havia um deficit de pessoal, denunciado há tempos pelo Sind-Saúde, com a greve dos profissionais, mais de 4 mil amostras se acumulam aguardando análise para doenças como H1N1, Zika, dengue e chikungunya. Como laboratório oficial e de referência no Estado, a Funed recebe material biológico para ser analisado de todos os municípios do estado.

Uma das principais demandas dos trabalhadores é a redução da jornada de trabalho sem redução salarial. A carreira de saúde no Estado tem atualmente jornadas de trabalho diferenciadas, tanto de 30 quanto de 40 horas semanais para os mesmos cargos.

Na Fhemig, por exemplo, 37,7% dos servidores fazem hoje 40 horas de jornada semanal. Para implantar a redução do período de trabalho na Fundação Hospitalar seria preciso mais 1.168 servidores, de um total de 11.336 efetivos. O número representa apenas 8% do contingente de trabalhadores da Fhemig.

Já na Hemominas, são 212 servidores que fazem 40 horas. A necessidade de substituição com a implementação da nova jornada seria de 71 servidores. Desde 2013, houve uma perda de 101 servidores na Hemominas por exoneração, aposentadoria e falecimento.

A jornada de trabalho de 30 horas na saúde, além de ser uma determinação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e praticada em outros estados brasileiros, como São Paulo, faz parte de acordos firmados de outras greves da categoria e foi compromisso assinado pelo então candidato ao governo Fernando Pimentel.

A categoria da saúde amarga também perda salarial de mais de 55%. Segundo estudo do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), os reajustes necessários na saúde, incluindo a Funed, chegariam a 28,12%.