Boato gera audiência na Câmara

Trabalhadores do Júlia Kubitschek pedem esclarecimentos aos vereadores de BH que convocaram audiência pública sobre possibilidade de fechamento do Hospital

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Trabalhadores do Hospital Júlia Kubitschek pediram aos vereadores, na Câmara de Belo Horizonte, nesta quinta (12), mais cuidado na hora de convocar audiência para tratar sobre boatos de fechamento de hospitais públicos. A audiência pública, realizada na manhã de hoje, devia servir de alerta contra o fechamento do Júlia, mas os vereadores não conseguiram apresentar documentos que sustentassem tal intenção da Fhemig.
Conforme disseram os vereadores, a convocação da audiência foi feita com base em notícias de dois jornais de Belo Horizonte que divulgaram a falta de insumos no Júlia, nos dias 13 e 14 de junho. Nesses dias, o Hospital passava por falta de materiais em razão da greve dos caminhoneiros o que de fato ameaçou a continuidade do atendimento. A situação foi contornada com o abastecimento e com o fim da greve.

Os vereadores disseram que a demora na realização da audiência, convocada com base no desabastecimento pontual por causa da greve dos caminhoneiros, é de praxe de acordo com o prazo regulamentar para realizar o evento na Câmara.

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O Sind-Saúde manifestou-se e ponderou que faria uma crítica construtiva no sentido de que o alarme da audiência pública sobre possibilidade de fechamento do Hospital, propagandeada em massa por meio de WhatsApp, causou apreensão nos trabalhadores. A diretora Neuza Freitas disse que o medo e a apreensão com a possibilidade de o hospital fechar fragiliza e deixam inseguros os trabalhadores da saúde o que por sua vez pode afetar o atendimento aos pacientes.
Além de vereadores, trabalhadores do Júlia e diretores do Sindicato, estiveram presentes representantes de associações comunitárias da região do Barreiro. Os trabalhadores foram ao microfone e manifestaram surpresa com a realização da audiência uma vez que a falta de insumos e problemas com equipamentos não acontece somente no primeiro semestre deste ano, sendo recorrente em vários governos. E nem por isso o Hospital fechou.

12 Audiencia HJK 02
Trabalhadores acrescentaram que ficaram sem entender o movimento dos vereadores justa-mente no momento em que a Fhemig anunciou a retomada das obras e a conclusão dos leitos do CTI. Foi explicado que o recurso no valor de R$ 7 milhões, retido na Caixa Econômica Federal durante todo o ano passado foi liberado o que permite o término das obras no Júlia. Uma das trabalhadoras pediu que os vereadores indicassem nomes dos que divulgaram que o Hospital seria fechado porque os servidores do Júlia já iriam se preparar para lutar contra.
No final da audiência, os vereadores – que criticaram a ausência de representantes da gestão do hospital e da Fhemig – decidiram que devem pedir reunião com o Secretário de Estado da Saúde e com a presidente da Fhemig para solicitar informações sobre o funcionamento do Hospital. O Sind-Saúde sugeriu que fossem convocados também os secretários estaduais de Planejamento e Gestão e o de Fazenda para a mesma reunião já que a pasta da Saúde não tem autonomia finan-ceira para fazer a gestão por si só. A direção do Sindicato também pediu que sejam enviadas ao Sind-Saúde as notas taquigráficas da audiência para certificar de que as informações levantadas pelos parlamentares vieram do governo do Estado. A Câmara justificou não dispor de notas e indicou que é possível obter o vídeo completo no site da câmara.

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