Até quando trabalhadores pagarão pela crise?



Neste ano, a esperança natalina vem acompanhada pela angústia da negação de direitos para servidores municipais mineiros

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As inseguranças financeiras geradas pelo golpe político e dita crise econômica brasileira tem sido cada vez mais pesadas sobre as costas dos trabalhadores e trabalhadoras mineiros. A angústia da falta de previsão para recebimento de benefícios como o 13º, férias regulamentares, férias prêmio e até mesmo do salário, aflige não apenas os servidores do estado, mas também os trabalhadores das prefeituras dos municípios de Minas Gerais. O pior é que os servidores já preveem a menção da falta de repasses, estaduais e federais, como justificativa para o não pagamento dos direitos.

Justo ou não, fato é que os trabalhadores são quem mais tem sofrido e perdido direitos dentro do contexto de crise do Brasil. Ameaças diretas que permanecem na consciência do trabalhador e descobrem o medo de não ter com o que alimentar sua família, de não ter como educar seus filhos e de ver limitado ou inexistente o acesso à saúde dos seus. Este medo que muitas vezes leva embora o sono e torna o cansaço um estado permanente do corpo, não acomete políticos nem patrões, mas vive rondando a casa daqueles que se entregam de verdade para fazer funcionar a máquina do país.

Hoje, para os trabalhadores das prefeituras mineiras, o anseio renovador que antecede a chegada das confraternizações de final de ano vem acompanhado pela angústia da incerteza do acesso à direitos conquistados à tão duras penas.

Os trabalhadores têm consciência de que o momento é de crise e que, infelizmente, todo o país sofre com isso. No entanto, não é tão óbvio dizer que esta é uma realidade igual para todos, tendo em vista o abismo de desigualdade social brasileiro. Para o caso de servidores das prefeituras dos municípios mineiros, é preciso lembrar que muitas vezes, se trata de trabalhadores com saldos menores que mil reais, que não ultrapassam a margem da sobrevivência, e ainda assim padecem da mesma incerteza daqueles que tem rendas possíveis de acumulação.

Como se não bastasse a limitação pela falta de recebimento, o tempo também é de fortes investidas contra o que é público e gratuito. O fechamento de postos de serviços de saúde, diminuição do quadro de trabalhadores, o ataque ao programa “Mais Médicos” que fez chegar a saúde a tantas locais carentes de assistência. O momento é difícil e mais do que nunca é preciso lutar, dizer não ao retrocesso e garantir direitos individuais e coletivos dos brasileiros.