Contraste: manifestação dos trabalhadores da saúde mostra prioridades invertidas da prefeitura de Vespasiano

Em meio a um cenário de canteiro de obras, onde a prefeitura de Vespasiano promete entregar o maior complexo de lazer do Vetor Norte, trabalhadores da saúde no município denunciam o abandono das políticas de saúde na cidade. O protesto aconteceu na manhã desta quarta-feira (18/08) data que também ocorre a mobilização nacional contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 32 que pretende secar os investimentos no serviço público. 

A manifestação no bairro Morro Alto em Vespasiano respeitou o distanciamento social imposto pela pandemia da COVID-19. O projeto para a obra é de 2019 e já foram empenhados pelo menos 37 milhões de reais. Ao contrário, os recursos para a saúde e para a valorização da categoria não recebe a mesma prioridade. É o que denuncia a diretora do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde, Lionete Pires. “Os trabalhadores da saúde, principalmente nesse pandemia, deram a vida para salvar a vida da população. Esses salários vergonhosos, estamos sem reajuste salarial desde 2017. É preciso mudar isso e a prefeita tem que colocar a mão na consciência”, criticou Lionete. Os trabalhadores fizeram apitaço para mostrar a população o motivo dos protestos.     

Com faixas espalhadas nas grades da Lagoa, o recado à prefeita foi repassado a quem passava pelo local: falta de concurso público, salários defasados e carreiras congeladas. Junto às faixas sobre o descaso da administração local estava também o alerta sobre o risco da Pec 32 que tramita no Congresso Nacional e deve impacta os serviços públicos de todo o país, em especial o Sistema Único de Saúde (SUS). A diretora do Sind-Saúde Dehonara Almeida usou o microfone para alertar a população sobre a ameaça de acabar com a saúde pública gratuita no Brasil e destruir os serviços públicos de uma forma geral.

“A PEC 32 quer fazer é retirar o conjunto do orçamento público e repassar para as grandes empresas. Temos que dizer não a PEC 32, porque o objetivo dela não é apenas retirar a estabilidade do servidor, é fazer com que todas as políticas públicas sejam destinadas ao setor privado. É voltar ao século passado quando a maioria da população não tinha acesso à saúde e educação”, alertou Dehonara.

Além de Vespasiano, manifestações contra a destruição do serviço público acontecem em várias cidades brasileiras convocadas pelas centrais sindicais. Em Belo Horizonte, o ato ocorre na Praça Sete a partir das 17 horas.