Servidores protestam contra calote de Zema na recomposição

Apesar de aprovado pela Assembleia Legislativa (ALMG), o governador Romeu Zema retirou 14% da recomposição salarial dos servidores da saúde que, segundo anúncio do governo, receberão 10,06% em maio, valor menor do que a lei previa. O Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde/MG) convoca a categoria para protesto na Cidade Administrativa (CAMG) na próxima sexta-feira (06/05) em conjunto com os servidores da educação. Zema questionou os 14% no Supremo Tribunal Federal (STF) que, em caráter de liminar foi suspensa pelo ministro Luís Roberto Barroso. A decisão deve ser julgada pelo Plenário da Corte em sessão virtual.

O aumento de 28,6% na arrecadação de impostos em Minas Gerais serve para beneficiar com isenção fiscais empresários ligados a setores políticos mineiros, mas esse acréscimo na arrecadação não pode ser utilizado para melhoria de salário do funcionalismo. No último ano, montante de recursos apurado alcançou R$ 82,2 bilhões, o que representa mais da metade do montante referente aos reajustes.

Ao subir a recomposição salarial dos servidores, a ALMG questionou tanto o aumento de recursos do Estado quanto os diferentes contextos das categorias dos servidores: a saúde ao enfrentar mais de dois anos de pandemia com salários defasados e frente ao momento mais critico da história desses trabalhadores, a educação para enquadrar o pagamento do piso salarial, uma lei federal descumprida em Minas Gerais e a segurança para contemplar o acordo de greve descumprido pelo Zema.

Em contrapartida, em 2022, Minas Gerais abriu mão de mais de R$1bilhão em renúncias fiscais do IPVA, sendo a maior beneficiária a Localiza, empresa fundada por Salim Mattar que é também consultor na Secretaria de Desenvolvimento Econômico do governo Zema.

O Sind-Saúde/MG mais uma vez repudia o descaso em que o governador trata os servidores. A forma desrespeitosa que Zema enxerga o funcionalismo foi refletida na sua própria fala ao se posicionar contra o reajuste aprovado no legislativo, quando o chefe do executivo comparou o reajuste salarial a compra de drogas “permitidas” por pais.