Saúde da Mulher

Abertura da I Conferência Estadual da Saúde das Mulheres clama por resistência, democracia e mais direitos
#LuteComoUmaMulher

 

A primeira mesa temática da I Conferência Estadual da Saúde das Mulheres, realizada na tarde desta segunda-feira (10/06) apontou o cenário preocupante para a mulher com a série de ataques aos direitos sociais, trabalhistas e previdenciários. O encontro, que tem como tema “Saúde da Mulher: desafios para integralidade com equidade” segue por três dias e é preparatório para a etapa nacional. Nesse primeiro dia, além da palestra  “A situação atual do país e seus impactos na vida das mulheres” , ocorreu também um momento cultural e a abertura oficial da Conferência.

Entre as palestrantes da primeira mesa, a presidenta da CUT-MG Beatriz Cerqueira mostrou dados que colocam a mulher como protagonista nesta luta contra a retirada de direitos. Segundo os números, a mulher sofre mais os impactos das ‘reformas’ propostas por Temer que pretendem reduzir direitos. A população feminina brasileira será a mais afetada em todos os dados da previdência social e mais penalizada se as mudanças na aposentadoria for aprovada.

 

De acordo com os percentuais apresentados por Beatriz Cerqueira, 45% das mulheres se aposentaram por idade em 2014, item que a reforma pretende alterar; 1 milhão de mulheres tem hoje o benefício de prestação continuada. De 2001 à 2015, houve um crescimento de 57% de aposentadoria para mulheres; 40% das aposentadorias por invalidez são de mulheres e ainda 84% das pensões por morte são recebidas por mulheres. Todos os números mostram o impacto na vida da mulher que um dos ataques do governo federal fará com a população feminina no Brasil.

Mas é da resistência feminina que Beatriz e as componentes da mesa deixaram sua principal mensagem: lute como uma mulher.

Participante da Comissão Nacional Organizadora da 2ª Conferência de Saúde de Mulher, Katia Souto, convocou a garra e a firmeza da mulher de não desistir. Katia falou do objetivo da Conferência de estabelecer a igualdade na diversidade e na pluralidade. Ela falou do papel fundamental das conferências e a luta pela saúde integral da mulher com recorte de gênero, raça e sexualidade. Para Katia não se pode abrir mão da universalidade no SUS neste cenário de ameaças e pede a ampliação da participação da mulher.

A conselheira Estadual de Saúde e trabalhadora rural, Maria Alves, reforçou a importância da unidade entre as mulheres para fazer a luta contra as perdas de direitos. Maria, que também é representante quilombola, sinalizou para a degradação do trabalho e fez uma alusão ao tempo de escravidão, como um retorno velado.

Essa primeira mesa foi coordenada pela conselheira estadual da saúde, Lourdes Maria. Ao final foi aberto o microfone para as(os) delegadas(os) participarem. Em todas as falas, a construção de propostas e reflexões de uma saúde pública ampla que abarque a diversidade das mulheres.

Diversidade e pluralidade da representação refletiu na abertura para fala das(os) participantes 

Em diversos momentos, a plateia se manifestou contra as políticas do governo federal e gritaram Fora Temer para manifestar a rejeição ao governo ilegítimo.

 No Brasil inteiro já ocorreram oito Conferências Estaduais e em Minas diversos municípios também realizaram suas etapas. Ao final da edição mineira, serão eleitas(os) as(os) delegadas(os) que participarão da 2ª Conferencia Nacional da Saúde da Mulher nos dias 17 a 20 de agosto.  O Sind-Saúde participa com representação de delegadas(as) de várias regiões do Estado.