Repressão: sempre, Negociação: nunca





Cerca de 600 servidores da saúde e da educação, categorias em greve há vários dias, fizeram uma pacífica manifestação na Cidade Administrativa e foram recebidos não pelo governo, mas pela repressão da Polícia Militar. Desde abril, quando apresentou a pauta de reivindicações dos trabalhadores da saúde, o Sind-Saúde não foi recebido para negociar com o governo, que insiste em dizer que não se reúne com categorias em greve e fica, portanto, à vontade para apresentar somente migalhas para o funcionalismo público. 

Os grevistas se concentraram no Prédio Minas e, em assembleia, reforçaram a disposição em manter a greve até que o governo abra as negociações. Depois, os trabalhadores saíram em caminhada até o Edifício Gerais, sede da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) para demonstrar a insatisfação com a falta de diálogo. Por fim, os manifestantes seguiram até a rodovia, onde a Polícia Militar de Minas Gerais demonstrou mais uma vez a sua veia autoritária e ditatorial e reprimiu os pacíficos trabalhadores com spray de pimenta, empurrões e agressões. Veja abaixo da matéria e das fotos o vídeo da atuação da PM.


Migalhas

Em reunião com um Comitê de Negociação Sindical sem qualquer credibilidade e representatividade, a secretária de planejamento e gestão, Renata Vilhena apresentou a ínfima proposta do governo: usar metade da previsão de crescimento da receita tributária para todos os reajustes, promoções, progressões e subsídios de todo o funcionalismo. E isso, como sempre reforça o governo, respeitando os injusto limite prudencial e a injusta Lei de Responsabilidade Fiscal, que só são aplicados quando se trata de servidor público efetivo – quando, por exemplo, fala-se de criação de milhares de cargos comissionados, tudo isso é ‘esquecido’. Certamente essa é uma manobra do governo para dar o menor reajuste possível.

O presidente do Sindifisco-MG, Lindolfo de Castro, talvez o único participante da reunião que apoia as greves e atua firmemente contra esse governo autoritário, retirou-se do encontro quando a secretária lhe disse que Minas não negocia com servidor em greve. Lindolfo se juntou aos manifestantes e os repassou a proposta do governo. “O governo não negocia com quem está de greve nem com quem não está. Não existiu proposta verdadeira. O governo, como sempre, dá com uma mão e tira com a outra”, disse Lindolfo.

A greve continua

Diante dessa péssima proposta – que aliás não foi apresentada diretamente para os grevistas –, os trabalhadores da saúde continuam em greve até que o governo os convide para propor algo em cima da reivindicação do Sind-Saúde, que é por reajuste de 20,7%, redução da jornada de trabalho para 30 horas, reestruturação do plano de carreira e definição de uma data base. 

Nesta quarta (13), diretores do Sindicato e grevistas comparecem ao Plenário da Assembleia Legislativa para pressionar ainda mais os deputados da base. O Bloco de oposição Minas Sem Censura continuará sem votar projetos do governo enquanto este não se reunir com os grevistas. O detalhe é que se não votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias, que está na pauta desta tarde, os parlamentares não podem entrar em recesso.

Na quinta (14), a partir das 11h15, os grevistas participarão da audiência pública que discutirá a situação do Ipsemg, cujos trabalhadores também estão de greve. O diretor do Sind-Saúde, Renato Barros é um dos convidados da audiência, que certamente ampliará o debate para todas as categorias em greve.

Confira, no link abaixo, reportagem da TV Globo sobre a manifestação:

http://migre.me/5fy5R

000assembleia 13 de julho_1.JPG

000assembleia 13 de julho_2.JPG]

000assembleia 13 de julho_3.jpg

000assembleia 13 de julho_5.JPG

000assembleia 13 de julho_6.JPG

000assembleia 13 de julho_7.JPG

Veja o vídeo da repressão: