NÃO queremos para o Brasil

Trabalhadores da saúde alertam caos deixado pelo então governador


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Uma carta dos servidores da saúde de Minas Gerais ao povo brasileiro:

A política implementada em Minas Gerais pelo então governador do Estado, Aécio Neves, quebrou a saúde estadual e os mineiros estão marcados até hoje pela amarga gestão do SUS/MG. Sucateamento e milhões de recursos desviados. Essa é a realidade dos hospitais gerenciados pelo estado e da política de saúde em Minas Gerais depois da longa passagem dos tucanos. Nenhum programa estruturador. Nenhum novo hospital. Nenhuma política de saúde estadual que respeitasse o usuário e valorizasse o servidor. Ao contrário: inúmeros questionamentos sobre desvios e maquiagens de recursos que retiraram sistematicamente investimentos da saúde.

Logo quando Aécio Neves assumiu o governo de Minas Gerais, ele cortou 30% dos investimentos que o ex-governador Itamar Franco fazia nas áreas sociais como saúde, segurança e educação. Se somarmos todos os anos que o governo tucano deixou de investir na saúde o mínimo exigido pela Constituição Federal, seriam R$ 8 bilhões de reais. Valor que daria para construir e ter mantido 12 hospitais de grande porte no Estado.

O governo mineiro contabilizou como gastos em serviços de saúde para a população despesas com a erradicação da febre aftosa e outras doenças de animais. Incluiu exposições agropecuárias; precatórios; saneamento (cujos serviços já são tarifados); construção de praças e até a locação de serviços de limpeza para o hotel de Araxá, descumprindo a Emenda Constitucional 29 e Resolução 322 do Conselho Nacional de Saúde.

A sanha de Aécio Neves no cofre das políticas sociais, em especial, na saúde é questionada pelo Ministério Público do Estado. Em uma ação movida em 2008, o Ministério Público de Minas questiona o desvio de R$4,3 bilhões para a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa). Ao Ministério Público, a Copasa diz não ter recebido o valor. Mesmo sem explicar a origem do dinheiro, a ação foi arquivada recentemente.

 Aécio ainda está sendo investigado pelo Ministério Público Federal e Ministério Público Estadual pelo superfaturamento na compra de medicamentos entre 2008 e 2012, que causou um rombo de R$28 milhões de reais aos cofres públicos. Enquanto Aécio era governador, em 2008 e 2009 foram R$ 17 milhões de reais pagos a mais, trata-se de 60% do valor total da denúncia.

Ao contrário do desinteresse de Aécio com a saúde, o então governador queria muita agilidade ao se tratar dos seus. Uma das primeiras ações do tucano em Minas foi aumentar seu próprio salário 21 dias depois que tomou posse em 2003.

Quem reporta estes acontecimentos e recupera o cenário de misericórdia que vive a saúde mineira são pessoas que tem autoridade no assunto, já que conhecem de perto o desgoverno do Aécio: os servidores públicos estaduais da saúde. Nós, trabalhadores da saúde de Minas Gerais, vimos nossas condições de trabalho precarizar a cada mandato. Nossas carreiras minguaram na gestão tucana e a vocação que muitos de nós sentimos ao lidar com a vida foram transformadas em angustia pelo despreparo de Aécio Neves em cuidar da saúde e dos servidores de nosso Estado. Aécio, enquanto governador, aumentou a carga horária dos servidores da saúde para 40 horas semanais, contrariando a recomendação da Organização Mundial da Saúde. Segundo a OMS, por ser um trabalho que lida diretamente com a vida, com o estresse do adoecimento e acidentes a carga horária deve ser de 30 horas semanais. Em 2005, para demarcar seu descompromisso com a saúde, ele leva milhares de trabalhadores a mudar sua jornada de trabalho.   

É por tudo isto exposto que nós, servidores da saúde de Minas Gerais, sentimos a necessidade de deixar esse depoimento aos brasileiros. Nós já vivemos essa gestão que não prioriza o povo.

É isso que NÃO queremos para o Brasil!!!