HJK – Audiência debate caos

Servidores do Júlia denunciaram caos gerado pela PBH no Hospital em Audiência Pública na Câmara Municipal realizada ontem, 17/03

GHeral

Trabalhadores do Hospital Júlia Kubitschek compareceram à Audiência Pública na Câmara Municipal de Belo Horizonte, ontem, 17/03, com a finalidade de debaterem o funcionamento do Hospital Regional do Barreiro. Com capacidade para 449 leitos, hospital está aberto com apenas 47 em funcionamento. A região do Barreiro, onde estão localizados o Hospital Regional e o HJK passa por um surto de dengue, com 1400 casos confirmados até o dia de ontem. Há suspeita de outros 5 mil casos.

A situação de emergência levou a Prefeitura de Belo Horizonte a abrir um posto de atendimento da dengue dentro do HJK, sem, entretanto, levar a equipe de profissionais. Com isso, os trabalhadores da área de emergência do Júlia ficaram sobrecarregados o que levou o Sind-Saúde confirmar o transtorno no Hospital e denunciar às autoridades o que estava ocorrendo no HJK. O Sindicato convocou os trabalhadores do Júlia para a Audiência na Câmara e eles compareceram para confirmar publicamente a situação de caos com o deslocamento obrigatório para atender aos pacientes com sintomas da dengue. Foi levado a público que a situação elevou a sobrecarga de trabalho dos servidores e provocou a desassistência dos pacientes da unidade de emergência.

Neuza fala mesa

Diretora do Sind-Saúde, Neuza Freitas, durante Audiência

Erico fala

Para Erico Colen, que representou o Cons. Municipal de Saúde (ele também é diretor do Sind-Saúde), ainda que esvaziada por parte de vereadores e PBH, Audiência foi registrada pela transmissão ao vivo da TV Câmara   

Três sindicalistas

Presidente do Sindibel, Israel Arimar de Souza, fala durante Audiência  

O Sind-Saúde expôs aos presentes na Audiência a situação no HJK com o posto de atendimento improvisado pela PBH acrescentando que o atendimento prestado pelo profissional médico da prefeitura termina às 17 horas. Depois deste horário, a equipe do HJK passa a se responsabilizar pelos pacientes, assumindo inclusive a responsabilidade por óbitos que possam vir a acontecer. De maneira desrespeitosa, a PBH não mandou sequer um representante para a audiência – atitude que sugere prepotência e omissão do poder público municipal em relação à saúde. 

Ao término da Audiência, a direção do HJK entrou em contato com a direção do Sind-Saúde na Câmara por telefone. A informação passada foi a de que o presidente e diretora assistencial da Fhemig foram ao HJK e que já haviam liberado horas-extras para o atendimento à dengue.

Gil e Neuza Camara pessoal

Diretores do Sind-Saúde, Gilberto Fragoso e Neuza Freitas, conversam com servidores do Júlia após Audiência na Câmara 

À noite, o Sind-Saúde foi até o Hospital e comprovou que as planilhas estavam prontas para iniciar já no dia de hoje (18). Na manhã desta sexta-feira, os diretores do Sind-Saúde, juntamente com representantes do Conselho Distrital do Barreiro foram ao Hospital confirmar as informações. Ficou definido que: a ala G disponibilizará até 40 leitos para atendimento à dengue que necessitarem de internação, sendo que já existem 20 leitos disponíveis. Equipe do Hospital Eduardo de Menezes já estava no setor de internação e receberá como hora-extra – a diretora do Hospital Eduardo de Menezes estava no local organizando a equipe.

O posto de atendimento da unidade de emergência contará com horas-extras de trabalhadores do HJK, tanto no horário diurno como no noturno sendo que as planilhas de marcação já estão disponíveis no Hospital.

Quanto aos pedidos de exames laboratoriais que estavam sendo feitos pelos enfermeiros, foi elaborado protocolo pela Fhemig que não está validado, como denunciado pelo Sind-Saúde no Conselho Regional de Enfermagem (Coren). Assim, o Coren irá elaborar parecer técnico que será encaminhado para as unidades da Fhemig. Foi comunicado ao diretor do Hospital, Antônio Carlos Cioffi, e aos trabalhadores (enfermeiros) que tal procedimento não será efetuado pelo profissional até novas orientações.

Quanto à classificação de risco, que está sendo feita por dois enfermeiros, o hospital ficou de providenciar o local para que ela seja feita realizada em conformidade com a política de humanização do SUS.