Governo quer aumentar desconto do Ipsemg sobre o plano de assistência à saúde
Alegando déficit nas contas do Ipsemg, o governo estadual pretende aumentar a alíquota de contribuição dos servidores para a assistência à saúde. O estudo da proposta foi apresentado pela gestão aos sindicatos representantes dos trabalhadores em reunião nesta segunda-feira (30/10) na Cidade Administrativa (CAMG). Ao mesmo tempo que indica o reajuste, o Ipsemg sofre com crescentes críticas de sucateamento. Em todas as falas dos sindicalistas foram feitas denúncias de precarização do atendimento nas unidades de saúde do Ipsemg.
A proposta do governo é alterar os valores para os dependentes dos servidores, chegando a subir até 100% em alguns casos. A diretora do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde (Sind-Saúde/MG) Nubia Dias participou da reunião e argumentou que os servidores da saúde recebem uma das piores remunerações do Estado e são os que mais precisam. Além disso, Nubia criticou a precarização do atendimento. “É preciso melhorar a gestão das unidades hospitalares, tem paciente que fica até 15 dias internado para aguardar uma cirurgia por falta de anestesista. Isso é algo inadmissível, isso é um custo altíssimo. Então, em vez de aumentar para o trabalhador, que já está tão sacrificado, que não teve aumento e recomposição nenhuma, é preciso observar como está a administração do próprio Instituto”, alegou a sindicalista.
Outra queixa apresentada pelo Sind-Saúde é em relação aos setores terceirizados. Para o Sindicato é preciso saber se essa terceirização tem gerado economia ou despesas a mais. Para mostrar o aumento da despesa, o presidente do Ipsemg abordou três setores geridos atualmente por empresas terceirizadas: a alimentação, esterilização e logística farmacêutica. Os valores indicados pela gestão sugerem um aumento de 268%, 366% e 177%, respectivamente, em 10 anos. “Essa é a diferença dos contratos do ano de 2013 para 2022. Então, por exemplo, a alimentação, por que subiu? O problema é que a alimentação deixou de ser própria do hospital para ser terceirizada. O que a gente quer saber é se isso é mais barato realmente. E não foi apresentado. Ou se realmente manter a cozinha industrial dentro do hospital fica mais barato” questionou Nubia.
Segundo os dados do Ipsemg, o déficit para o ano de 2023 é, em torno, de R$170 mil.