“Cavalo de tróia”: Vespasiano aproveita da regulamentação do piso da enfermagem para RETIRAR direitos dos trabalhadores da saúde

A prefeitura de Vespasiano, região metropolitana de Belo Horizonte, conseguiu transformar uma das maiores conquistas dos profissionais da enfermagem em um gosto amargo com a aprovação do Projeto de Lei (PL) que regulamenta o Piso Salarial da categoria no município. O Projeto aprovado nesta quarta-feira (01/11) na Câmara dos Vereadores retira o adicional de urgência para os trabalhadores da UPA. Além disso, o PL calcula o piso salarial em uma carga horária de 44 horas, inexistente na carreira da enfermagem. Agora, esse projeto que representa um retrocesso para os trabalhadores segue para sanção da prefeita Ilce Rocha.

No caso da retirada do adicional de urgência, que hoje é de 15% do salário, irá representar uma perda salarial de até R$ 5.986,00, dependendo do contrato. Para os efetivos, com salário de R$2.375,00, a perda será de R$356,25 por mês, chegando a R$4.275,00 por ano. O Sind-Saúde Núcleo Vespasiano tentou alertar a gestão e os vereadores para esse retrocesso, mas não houve espaço para negociação.

“Entendemos que é importante e urgente o repasse do piso para os trabalhadores, mas a prefeita e vereadores retiraram direitos adquiridos e isso é um retrocesso numa cidade que não reajusta salários há mais de 6 anos”, critica a diretora do Sind-Saúde Lionete Pires.

O adicional de urgência foi uma conquista da Mesa SUS como forma de valorizar os trabalhadores da UPA e estava garantido em lei municipal de 2014.