Fhemig debate pautas no Conselho Estadual de Saúde

CES-MG realiza plenária com trabalhadoras e trabalhadores da Fhemig

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Na última segunda-feira (02), foi realizada no Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais (CES-MG), plenária das trabalhadoras e dos trabalhadores da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) que lotaram o auditório.

A plenária foi promovida pela Câmara Técnica de Gestão da Força de Trabalho (CTGFT), a partir da solicitação do Sind-Saúde, com o objetivo de debater a proposta da gestão de unificação do Hospital João XXIII, Hospital Maria Amélia Lins, Hospital João Paulo II e Hospital Cristiano Machado, além da proposta da Fhemig transferência da Administração Central da Fhemig para a Cidade Administrativa.

Desde janeiro desse ano, o Sind-Saúde vem debatendo junto aos trabalhadores da Fhemig sobre a proposta de transferência da ADC para a Cidade Administrativa, onde em assembleia realizada no dia 11 de fevereiro foi deliberado pelos trabalhadores, que a proposta seria discutida no Conselho Estadual de Saúde, já que ficou inviável o diálogo com o presidente da Fundação, que não tem compromisso com acordos assinados.

A atividade foi iniciada com a fala da promotora de Justiça de Defesa da Saúde, Josely Ramos Pontes, do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que demostrou surpresa com a proposta de transferência da Administração da Fundação para o centro administrativo, no bairro Serra Verde, em Belo Horizonte. Em sua fala ela deixou claro a necessidade de mudança de postura dos servidores diante do atual cenário de perda de direitos. “Não devemos abrir mão de nossa postura republicana. A questão não é apenas perda de emprego ou de salário é muito mais profunda e não podemos ter dúvidas sobre o que está acontecendo”, disse.

A promotora disse também que a Promotoria de Saúde está de portas abertas para as mediações entre os trabalhadores e a gestão da Fhemig para discutir políticas públicas de saúde e que plenárias como essa deveriam ocorrer com mais frequência, já que ultimamente pequenas questões estão dispersando nossa atenção, enquanto grandes ações estão acontecendo. “A verdade é que acabou o planejamento no Brasil e isso impacta diretamente nossas vidas e nosso trabalho. Costumamos nos revoltar apenas quando alguma coisa atinge nossa vida privada. Quem atua na saúde pública trabalha com política todo o tempo. Quando não tem participação popular as decisões são tomadas da mesma forma. Se o SUS acabar hoje seu maior legado é a inclusão política que ele proporcionou, vai muito além da assistência”, acrescentou.

Neuza Freitas, diretora do Sind-Saúde, que acompanha essa discussão desde o anúncio do governo, alega falta de diálogo com a gestão. “Nós tentamos diálogo com essa gestão, mas falta disposição da parte deles e informações claras e confiáveis. A possível mudança da Administração para a Cidade Administrativa vai facilitar a entrada da inciativa privada na Fundação, porque é isso que eles querem, privatizar o Sistema Único de Saúde de Minas Gerais”, alegou.

O vice-presidente do CES-MG, Ederson Alves da Silva, informou que no dia 06/03 está agendada uma reunião com o presidente da Fhemig e que o Conselho também irá participar das reuniões de mediação com o MPMG para analisar em conjunto as propostas.

A secretária-geral do CES-MG, Lourdes Machado (CRP-MG), lamentou a ausência da gestão da Fhemig na plenária, que mesmo sendo convidada não compareceu.

Deliberações

Foi deliberado que o Ministério Público irá convocar uma reunião com a presença do presidente da Fhemig, do Conselho Estadual de Saúde, do Sind-Saúde, de uma comissão de trabalhadores já estabelecida para discutir a situação e a promotora Josely.

Além disso, foram encaminhados ao final da Plenária o agendamento de uma vista do Ministério Público, Vigilância Sanitária, CES e Coren-MG ao Hospital Eduardo de Menezes para verificar as condições estruturais da unidade, inclusive para responder ao principal questionamento dos trabalhadores: quais os critérios usados para referendar o hospital como referência no atendimento ao coronavírus, devido aos últimos fatos denunciados pelos servidores nos meios de comunicação quanto as condições de trabalho.

Com informações do CES-MG

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