Governo e gestões utilizam de práticas antissindicais para tentar reprimir a greve

Ao invés de sentar para negociar e fazer propostas efetivas, o governo de Minas e as gestões da Fhemig querem acabar com a greve na base da repressão, proibindo o comando de greve de entrar nas unidades, ameaçando abrir processos administrativos contra servidores que aderiram à greve e mesmo agredindo grevistas.

Mas a resposta a essa intransigência está sendo demonstrada diariamente: cada vez mais servidores entram em greve e os que já estavam ficam ainda mais unidos e mobilizados. Em algumas unidades está difícil fazer a escala mínima, pois todos trabalhadores querem cruzar os braços.

Legalidade

A greve é um direito do trabalhador e o movimento grevista da saúde vem sendo construído dentro da legalidade, obedecendo todos os critérios estabelecidos pela Justiça, como “a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis” (artigo 11 da Lei de Greve). A escala mínima está sendo organizada e respeitada em todas as unidades que estão em greve.

Portanto, as direções das unidades, os presidentes das Fundações , o governo do Estado e alguns sindicalistas aliados do governo não podem impedir que o comando de greve organize a escala mínima e não podem ameaçar e muito menos demitir trabalhadores que aderirem à greve. O setor jurídico do Sind-Saúde está tomando todas as providências para que o direito de greve seja respeitado e para que nenhum servidor em greve seja injustamente punido.

Exemplos

Na semana passada, houve problemas em algumas unidades da Fhemig em virtude da intransigência das gestões. No Hospital João XXIII, o diretor acionou um policial militar para impedir o trabalho do comando de greve, e o policial acabou agredindo uma diretora do Sind-Saúde.

Na noite da última sexta-feira (22), uma trabalhadora que tentava organizar a escala mínima no mesmo hospital foi agredida por um médico que a pressionava para sair da unidade.

No Hospital Júlia Kubitschek, no Barreiro, guardas armados de uma empresa terceirizada ficam dia e noite em vigília para impedir a entrada do Comando de Greve.

Ministério Público

Diante dessas e de outras práticas antissindicais, a Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde do Ministério Público de Minas Gerais já solicitou ao presidente da Fhemig, Antônio Carlos de Barros Martins que oriente as gestões a permitirem a organização da greve nas unidades. Como a repressão continuou, o Sind-Saúde entrará em contato novamente com o Ministério Público para que seja feita uma nova solicitação.

Dias parados

O governo corta ou ameaça cortar os dias parados para confundir a categoria e enfraquecer o movimento. O abono dos dias paralisados é negociado após o fim da greve.