Trabalhadores da saúde farão série de protesto para desengavetar plano de carreira
A partir dessa semana acontecerá uma série de manifestações dos servidores da saúde de Minas Gerais para cobrar do governo Zema o novo plano de carreira da categoria, aumento do reajuste proposto e isonomia da ajuda de custos entre plantonistas e diarista. Essas foram umas das pautas aprovadas em Assembleia Geral da Saúde realizada na manhã desta quarta-feira (16/03) no hall da ALMG. Os servidores deverão incorporar as atividades conjuntas do funcionalismo para fortalecer a luta pela valorização dos servidores públicos. O Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde (Sind-Saúde/MG) irá cobrar do governo uma resposta quanto o encaminhamento do plano de carreira e deverá convocar nova assembleia em breve.
A proposta de alteração do plano de carreira foi negociada e construída na Mesa SUS desde 2015, mas o documento nunca foi enviado ao legislativo. A íntegra desse plano foi entregue ao governador Zema assim que tomou posse em 2018. A reivindicação dos trabalhadores é que esse novo plano seja recebido pelos deputados dentro do prazo legal. Por ser ano de eleição estadual projetos de lei referente aos servidores só podem ser votados até 02 abril.
Veja ao final o documento com as alterações do plano de carreira da saúde
Outro ponto bastante criticado na Assembleia foi os problemas gerados no pagamento da ajuda de custo. Além de constantes erros percebidos nos contracheques, a diferença no pagamento da ajuda de custo é alvo de questionamentos. Os trabalhadores reivindicam a isonomia entre os valores pagos aos plantonistas e diaristas. O critério imposto pelo governo tem gerado prejuízos aos plantonistas na Fhemig, Hemominas e Unimontes. Na Fhemig, por exemplo, os trabalhadores em regime de plantão correspondem a quase 80% da força de trabalho.
Em relação ao reajuste, os trabalhadores reafirmaram que não basta recompor a inflação dos últimos 12 meses já que a categoria amarga uma década sem reajuste salarial. Na última Assembleia realizada na semana passada o índice proposto foi de 32,8%, percentual apontado por um grupo de pesquisa da Secretaria Estadual de Saúde (SES/MG) em conjunto com a UFMG. A proposta dos servidores é chamar atenção dos parlamentares sobre o tema. Já está na ALMG o projeto de lei 3.568/22 que prevê a revisão salarial de 10,06%. Após a mobilização dos servidores da saúde que realizaram Assembleia e convocaram paralisação, o texto foi alterado da versão original e agora incluí a saúde no pagamento retroativo a janeiro.
Outras pautas também foram abordadas, como as reivindicações dos servidores da Unimontes em greve há 11 dias. A terceirização dos servidores das creches da Fhemig foi denunciada como mais uma tentativa de acabar com esse direito histórico das mães e dos pais das unidades hospitalares.
Apoios
Os trabalhadores da saúde receberam apoio de diversas entidades, parlamentares e lideranças durante a assembleia. A diretoria do Sindicato dos Servidores do Meio Ambiente (SindSema), os parlamentares dr.Jean Freire, Rogério Correia e Leninha, o ex-deputado Adelmo Leão, o presidente do Coren/MG Bruno Farias e o presidente da Asthemg, Carlinhos Augusto acompanharam a Assembleia e falaram da importância do momento para fortalecer a união dos trabalhadores. A presença da Asthemg foi registrada como um momento histórico que reflete a luta da classe trabalhadora frente ao retrocesso e os ataques aos direitos.
Agenda de Lutas
Para os protestos, a organização será feita nas diferentes unidades do Sistema Estadual da Saúde. Nessa quinta (17) a manifestação ocorrerá na Funed às 11hs e as próximas deverão ser agendadas no Hospital João XXIII e nas regionais da secretaria estadual de saúde.