Sind-Saúde/MG participa de paralisação e manifestação do funcionalismo mineiro contra pautas de Zema

Nesta quarta-feira (08/05), os servidores públicos do estado de Minas Gerais fizeram uma greve geral contra a política de austeridade do governador Romeu Zema (Novo). A paralisação foi convocada pela Frente Mineira em Defesa do Serviço Público e contou com o apoio de todas as centrais sindicais. O objetivo foi paralisar as atividades em todos os segmentos do funcionalismo público estadual, em protesto contra a proposta de correção salarial de 3,6% apresentada pelo governo, o aumento das taxas do Ipsemg e a privatização das empresas estatais.

O índice apresentado pelo governo está abaixo da inflação acumulada no período, que chega a 10,62%, considerando os anos de 2022 (5,79%) e 2023 (4,62%). Em contrapartida, em maio do ano passado, o governador sancionou uma lei que aumentou o seu próprio salário, do vice-governador, secretários e secretários-adjuntos de Minas Gerais em 300%. Com isso, Zema aumentou o próprio salário de R$ 10.500 para R$ 41.845,49.

Além do reajuste abaixo da inflação, Zema encaminhou a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) dois Projetos de Lei que aumentam as contribuições dos servidores civis e militares aos seus institutos de previdência. No caso do Instituto de Previdência dos Servidores Militares (IPMS), o governo eleva o desconto dos policiais e bombeiros de 10,5% para 13,5% e reduz a contribuição do estado de 16% para 1,5%. Já no Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg), a proposta aumenta em 81,7% o piso e o teto da contribuição do funcionalismo e também propõe o fim das isenções para os filhos menores de 21 anos, que passarão a contribuir com o piso, limitado ao teto familiar.

A coordenadora geral do Sind-Ute e da Frente, Denise Romano, critica o reajuste salarial abaixo da inflação de 2023 e a correção da contribuição ao Ipsemg. Ela argumenta que com salários muito baixos não é possível melhorar a contribuição e nega que os sindicatos tenham concordado com a proposta salarial. Denise também aponta a inclusão da venda do prédio do Ipsemg no projeto como desmonte do patrimônio. Comenta ainda o projeto que aumenta alíquota de assistência médica dos policiais civis e militares. E considera que o governo Zema não dialoga com os servidores, não cumpre acordos com deputados e “o tempo todo” transfere os conflitos para a Assembleia.

Para Núbia Dias, diretora do Sind-Saúde/MG, o funcionalismo tem que se unir. Além disso, reforça que o sistema estadual de saúde está sob ameaça constante. “As ameaças ao sistema estadual de saúde são constantes e existe alguns procedimentos que são lucrativos para iniciativa privada, e essa iniciativa privada quer tomar o SUS da população. Não iremos permitir e vamos continuar lutando contra os ataques ao funcionalismo” afirmou Núbia.

A diretora executiva do Sind-Saúde/MG, Dehonara de Almeida, reforçou que Romeu Zema quer o desmonte dos serviços públicos e quer privatizar a saúde. “O SUS salvou milhares de vidas na pandemia e salva todos os dias, mesmo assim Zema quer privatizar o sistema estadual de saúde, mas ele não leva em consideração que privatizar a saúde, significa que as pessoas vão morrer sem assistência. Para ele, é o lucro acima de tudo!” rechaçou. Para Dehonara, o governador quer que a população tenha cada vez menos assistência.

“Zema quer menos assistência, menos serviços e que o lucro das empresas e empresários seja cada vez maior. Esse é o projeto do governo Zema! Por isso estamos na luta pra afirmar que nós não queremos o lucro acima de tudo como bandeira, mas queremos um funcionalismo forte e os direitos básicos do povo assegurados!” completou a diretora.

Junto a questão salarial, os servidores também protestaram contra às tentativas de Romeu Zema de privatizar as empresas públicas mineiras, como a Cemig, Copasa, Codemge e Codemig, e de retirar da Constituição do estado a obrigatoriedade de realização de um referendo popular para vendê-las.

Além da paralisação, uma manifestação unificada iniciou no Pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), com concentração às 9h e seguiu em marcha até a portaria da Cemig.