Servidores da Cidade Administrativa reivindicam melhoria nas condições de trabalho e isonomia de tratamento

Como se não bastasse o longo e tumultuado trânsito enfrentado diariamente, os servidores lotados na Cidade Administrativa de Minas Gerais (CAMG) continuam sofrendo com problemas infra-estruturais que comprometem as condições de trabalho. Além disso, por razões inexplicáveis muitos servidores continuam trabalhando 8 horas por dia, enquanto outros fazem as recomendáveis 6 horas corridas.

A comissão de trabalhadores do local e os sindicatos que os representam já apresentaram os problemas para a Intendência da Cidade Administrativa, que muito pouco resolveu. De água suja nos bebedouros a falta de transporte, várias são as justas reclamações dos servidores.

Confira abaixo os principais problemas relatados pelos servidores:

Água suja

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Foto retirada por um servidor de um copo com água de um bebedouro da CAMG

Conforme demonstra a foto acima, a água que sai dos bebedouros está sempre com tom mais escuro ou gosto diferente e tem causado vários problemas de saúde nos servidores, como diarreias. Por isso, muitos trabalhadores preferem ter mais um custo comprando garrafas de água mineral.

Alimentação cara

O restaurante mais barato (“Ponto Pop”, R$6,90 a refeição) fechou nesta semana. Os restaurantes que sobraram cobram preços muito elevados. Os trabalhadores reivindicam que no lugar do “Ponto Pop” seja colocado um restaurante com preço acessível e de boa qualidade. Porém o local é muito longe dos prédios. 

Falta de isonomia de tratamento

O Decreto que permite a redução da jornada de trabalho dos servidores da CAMG para 6 horas foi prorrogado, mas continua sem valer para todos. Por definições arbitrárias de algumas chefias, muitos servidores não estão sendo contemplados por esse direito e sofrem por perder o dia inteiro com o transporte e o trabalho. Assim, não sobra tempo para outros afazeres, para estudo, para passar com a família, para vida social. A propósito, aumentou vertiginosamente o número de atestados.

Transporte insuficiente

O sistema de transporte está sobrecarregado: os poucos ônibus que operam não respeitam os horários estabelecidos e estão sempre lotados e o metrô está em situação precária e passa por poucos pontos da cidade. Para quem vai de carro, sempre há transtornos de canteiros de obras nas vias e o estacionamento é muito longe dos prédios.

Uma servidora informou que já foi agredida na estação Vilarinho e que não encontrou policial para fazer o boletim de ocorrência. Segundo ela, há muita confusão e empurrões no embarque e desembarque na estação e não há um responsável pela segurança naquele local.

Há, ainda, falta de bancos nos pontos de ônibus dos Prédios Minas e Gerais.

Além disso, as vans que transportam os servidores que optaram por ter mais conforto e pontualidade, estão sendo a cada dia afastadas para mais longe.

Ar-condicionado desregulado

Os servidores (incluindo os chefes) são unânimes ao falar do ar-condicionado: ora está muito quente, ora está muito frio, o que causa problemas de saúde como rinite e alergia.

Produtos em falta nos refeitórios

Nos refeitórios de cada andar, a quantidade de microondas é insuficiente para atender a demanda daqueles que, por falta de melhores e mais acessíveis opções de alimentação, preferem trazer o almoço de casa. A Intendência proibiu que os servidores fiquem indo a outros andares que têm mais microondas para esquentar a comida.
Além disso, as máquinas de café sempre apresentam defeitos: ora falta pó, ora copos, ora não funciona. 

Banheiros entupidos

O problema dos vasos sanitários entupidos transferiu-se para os mictórios: é comum mictórios dos banheiros masculinos estarem entupidos, exalando mau cheiro por todo o banheiro.

Problemas na tecnologia de informação

Sempre falta papel; as impressoras são em quantidade insuficiente e estragam com muita freqüência; os servidores ficam sem rede pelo menos uma vez por semana; os serviços sempre estão lentos.

Obras inacabáveis

Desde que foi entregue, a Cidade Administrativa não ficou sequer um dia sem canteiros de obras, que com a poeira, os barulhos e o espaço que ocupam, prejudicam ainda mais o dia-a-dia de trabalho dos servidores. Durante as chuvas, surgem as lamas.

Creche

O governo havia dito que procuraria nos entornos da Cidade Administrativa um local que pudesse receber uma possível creche que atendesse aos servidores da nova sede do governo. Até hoje não houve mais nenhum posicionamento de como anda essa possibilidade.

Demora do elevador

Os elevadores têm demorado muito tempo e muitas vezes param ou ficam indo apenas de um andar a outro.

Ausência de prestadores de serviços básicos

A agência dos Correios e a Casa Lotérica, antigas promessas da Intendência, ainda não foram instaladas no Centro de Convivência. Esses serviços são essenciais, haja vista que a maioria dos servidores saem de casa antes do horário comercial e retornam após as 18h.

Outros problemas infra-estruturais

Rachaduras, mau cheiro na entrada do Prédio Minas, falta de banheiros e bebedouros na recepção, não há escoamento da água (durante as chuvas, o gramado vira um autêntico brejo).