Revisão do Auxílio Emergencial e manutenção dos 600 reais urgente!

No ano passado, o auxílio de R$ 600 ajudou milhões de brasileiros, sustentou o consumo de suas famílias, manteve a vitalidade da economia e salvou muitas empresas. A pandemia chegou ao seu momento mais crítico no Brasil e apenas um isolamento social rígido, acompanhando de um auxílio emergencial suficiente, será capaz de controlar a disseminação do vírus. Os valores agora vigentes, de R$ 150 a R$ 375, não são suficientes para as despesas, o critério de usuários está muito reduzido e muita gente excluída, sem trabalho e sem renda, está passando fome.

O Brasil ainda atravessa momentos terríveis caminhando a passos largos para a marca de meio milhão de mortos por covid-19, sem leitos nos hospitais, sem vacinas, sem equipamentos, equipes e medicações suficientes. E, desde o início, sem uma coordenação nacional, por parte do governo federal, que consiga de forma eficaz e rápida combater a pandemia.

A Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) alega que, sem renda ou com um auxílio baixo, as pessoas não conseguirão ficar em casa. O diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Junior argumenta ainda que, as pessoas só saem de casa porque não tem outro tipo de renda.

“É óbvio que esse valor é incapaz de suprir as necessidades da população. O auxílio emergencial transcende a ideia de renda para os mais pobres, ele é uma política importante para enfrentar a pandemia”, afirmou Fausto.

A necessidade do auxílio emergencial também passa pela manutenção da economia do país. A pandemia não será superada, apenas controlada. Além disso, o impacto do vírus continuará para além dos quatro meses definidos na Medida Provisória. Com isso, a perda de renda durará por mais tempo e a economia não irá retomar automaticamente. É preciso garantir renda até o fim do ano e no valor mínimo de 600 reais.

Também não há possibilidade de salvar vidas sem imediatas medidas que diminuam a taxa de transmissão e mortes. O lockdown com real restrição de circulação de pessoas é a ação mais eficaz de controle da circulação do vírus. Destaque, em especial, a questão dos setores produtivos, do comércio e da educação. Não existe lockdown eficaz com abertura desses setores. Qualquer proposta de distanciamento social deve ser feita, necessariamente, atrelada a condições mínimas de sobrevivência e de segurança alimentar.

A inflação dos alimentos e o desemprego têm jogado milhões de brasileiros na pobreza e na fome. Definitivamente a diminuição do auxílio a esses valores irrisórios, não atende aos brasileiros e brasileiras e nem cobre todo o período estimado da pandemia.

O enfrentamento da crise deve ter como ponto de partida o suporte estatal às famílias para que possam se manter. Condições dignas de moradia, de trabalho e segurança alimentar são direitos, e não privilégio de poucos!

Fonte: Mundo Sindical