Primeira assembleia cobra, além de reajustes, direitos trabalhistas e investimentos em saúde

A campanha salarial dos trabalhadores da saúde teve continuidade nesta quarta-feira (25/04) com uma assembleia geral da categoria. Antes, os trabalhadores saíram em passeata do Hospital João XXIII até a praça da Assembleia Legislativa (ALMG), onde aconteceu a assembleia. Os profissionais da saúde aprovaram a pauta de reivindicação que, entre outros itens, cobra reajuste salarial igual para todos, revisão do plano de carreiras, redução da jornada para 30 horas sem redução salarial para todos os trabalhadores da saúde e o cumprimento de direitos como adicional de emergência, adicional noturno e de leis federais específicas como é o caso dos trabalhadores em radiologia.

As manifestações dos trabalhadores mostraram o cenário da saúde em Minas: condições precárias de trabalho, assédio moral, falta de pessoal e desvalorização do trabalhador. O projeto de lei que reajusta o salário dos médicos da Fhemig também foi lembrado durante a assembleia. Os trabalhadores reivindicam o mesmo tratamento para todos os trabalhadores da saúde, entendendo o setor como uma equipe multiprofissional.

“Não somos contra o reajuste dos médicos, mas queremos que os trabalhadores da saúde possam ser valorizados em sua totalidade”, disse Renato Barros, diretor do Sind-Saúde/MG. Essa também foi a fala de outros trabalhadores que afirmaram que o médico não trabalha sozinho na saúde e nem consegue exercer todas as funções necessárias.

Unificação das lutas

O trabalhador da Fundação Ezequiel Dias (Funed) e diretor do Sind-Saúde, Érico Colen afirmou que os trabalhadores da saúde devem unificar a luta por uma pauta importante para todos. Segundo ele, nenhum trabalhador está satisfeito com o plano de carreiras e é a revisão dele que poderá mudar a realidade de péssimos salários para todos.

Repressão

As ameaças e perseguições com objetivo de desmobilizar os trabalhadores para a assembleia foram denunciadas. A diretora do Sind-Saúde/MG, Neuza Freitas relatou diversas situações de repressão que os trabalhadores sofreram e vem sofrendo e parabenizou a coragem e disposição dos trabalhadores para lutar por seus direitos.

Valorização da formação

O diretor do Sind-Saúde e servidor da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Isael Queiroz cobrou uma política de valorização da formação do trabalhador. Isael também apresentou a proposta de diminuir o tempo para que o servidor apresente uma titulação para garantir a promoção. Hoje o servidor demora muito tempo para conseguir subir na carreira. O diretor aproveitou para informar os trabalhadores que na Unimontes a reivindicação da categoria foi atendida e foi formada a primeira turma de pós-graduação para os servidores.

Unidades

Os trabalhadores também usaram o microfone para relatar situações gravíssimas que acontecem em diferentes unidades. Foi o caso do Hospital Júlia Kubitschek (HJK), em Belo Horizonte, o Hospital Antônio Dias, em Patos de Minas, o Hospital João Penido, em Juiz de Fora e a Colônia Santa Izabel em Betim.

Técnicos de enfermagem

As recentes notícias veiculadas na imprensa sobre os erros de técnicos de enfermagem também foi assunto durante a assembleia. Denúncias de sobrecarga de trabalho e falta de infraestrutura foram comuns aos técnicos de enferamgem. Foi aprovado uma moção de repúdio ao desserviço que a imprensa faz ao explorar de forma equivocada esta situação, não atacando os reais problemas para os erros na saúde e destruindo os trabalhadores.

Nova assembleia

Os trabalhadores aprovaram a data para a próxima assembleia. Será realizada, também no pátio da ALMG, no dia 17 de maio. Renato Barros reafirmou o grande desafio dos trabalhadores este ano para que tenham as negociações retomadas e com avanços. “Temos que conscientizar cada trabalhador sobre a responsabilidade desta mobilização nas negociações com o governo”, alertou.

Apoio

Estiveram presentes apoiando o movimento dos trabalhadores, os deputados Adelmo Carneiro Leão e Rogério Correia e o presidente dos Sindicatos dos Médicos de Minas Gerais (SinMed-MG), Cristiano Matta Machado.

Concentração e passeata

Antes da assembleia, cerca de 350 profissionais da saúde se concentraram a partir das 9 horas na porta do Hospital João XXIII, e de lá seguiram em passeata até o Pátio da ALMG.

Os trabalhadores caminharam pela Av. Alfredo Balena, Rua dos Guajajaras e Av. Álvares Cabral, demonstrando à população, com apitos, faixas, bandeiras e carros de som, a insatisfação com o modo com que o governo e as instituições vêm tratando a grande parte dos profissionais da saúde estadual.

“A saúde está na rua, Anastasia a culpa é sua” e “Se não negociar, a saúde vai parar” foram algumas das palavras de ordem entoadas pelos trabalhadores durante a passeata.

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