Mudanças no CTI do HJXXIII
Sind-Saúde volta setor para presenciar melhorias; dialogo é reestabelecido
Foi uma troca de chefia, mas para os trabalhadores foi como reencontrar um novo lugar para trabalhar. Assim foi sentido a mudança da coordenação que foi feita depois de muitas denuncias de assédio moral e outros problemas que aumentava intensamente o estresse no CTI da maior unidade hospitalar de urgência do estado de Minas Gerais, o Hospital João XXIIII. Os trabalhadores relatam que ao invés da gritaria, falta de respeito que levava ao temor e medo de trabalhar que eram frequentes, hoje convivem com o dialogo e um ambiente produtivo de trabalho proposto pela nova coordenação. A mudança, segundo eles, é sentida também pelos usuários e familiares que tem agora um atendimento humanizado mais presente.
Outro reflexo sentido foi na diminuição da falta injustificada. Sem motivação e muitas vezes amedrontados com o assédio, os trabalhadores não tinham vontade de ir trabalhar. O Sind-Saúde/MG conversou com as delegadas sindicais Helvia Maria Valadares Moreira e Flávia Patrícia de Oliveira Gonçalves para entender a transformação. O Sindicato acompanhou e interviu para que as denúncias de assédio moral fossem investigadas e providencias fossem tomadas.
“Hoje temos um ambiente mais relaxado para trabalhar, uma relação mais comunicativa, somos ouvidos e isso nos traz motivação para participar” avalia Helvia que é psicóloga no CTI. Segundo ela, a situação vivida anteriormente estava trazendo um quadro de transtornos mentais aos trabalhadores. A atitude diferenciada da nova coordenação, além de contribuir para o clima organizacional, também trouxe a humanização na relação com os familiares e pacientes.
O caráter punitivo do contato entre chefia e trabalhadores acabou. Essa também é a percepção da técnica de enfermagem Flávia. “Temos mais chances de conversarmos, sem medo. Antes era uma tensão. A qualquer hora podiam entrar e punir o trabalhador. Quando entrei aqui a primeira palavra que conheci foi advertência” relembra.
Transparência
Outra mudança positiva foi em relação ao acesso à informação. Segundo as trabalhadoras, toda sugestão é debatida com antecedência. O livro de ata das reuniões fica acessível a todos próximo ao cartão de ponto. Esse procedimento facilita entender as regras e as novas regras.
Elas alertam que nem tudo recebe o consenso ou unanimidade dos trabalhadores. Um caso citado é a de escalas de plantões e troca de alas. Propostas estão sendo discutidas de criar rodizio entre os trabalhadores nas alas. Nem todos concordam, mas o fato de o assunto estar em discussão é visto como positivo.
Outro entrave que é um desafio para a coordenação é a separação do CTI pediátrico que hoje é conjugado as alas de CTI adulto. Nem todos os trabalhadores se sentem capacitados para lidar com crianças, pois entra em questões emocionais.
Exemplo
O processo de mudança e enfrentamento que os trabalhadores passaram acabar com o assédio moral mostrou a força da união. Isolados, eles estavam sofrendo ameaças. A unidade e a participação do Sindicato trouxe a possibilidade de buscar soluções. É assim que as delegadas sindicais perceberam a intervenção do SInd-Saúde. “O Sindicato foi referência daquilo que é possível. Tivemos esse apontamento do Sindicato: O único caminho de fazer a mudança é manifestar” relataram.
O Sindicato entende que não deve interferir nas indicações do governo, deve trabalhar para assegurar um ambiente salutar para os trabalhadores exercerem a sua função pública de cuidar da vida.