Mesa SUS Estadual
Última Mesa SUS do ano pede respostas do governo para pendências e embates que envolvem a vida do trabalhador
A Mesa Estadual Permanente de Negociação do SUS fez a ultima reunião do ano nesta sexta-feira (27/12) na Cidade Administrativa de Minas Gerais (CAMG) com uma série de solicitações que serão encaminhadas ao governo com prazo de retorno. A ameaça de suspender da alimentação dos servidores administrativos na Fhemig, prestação de contas da Giefs, plano de contingenciamento, descentralização da Fhemig, casos de assédio moral e cronograma para mudanças da carreira foram um dos pontos que o governo recebe da instância de negociação ainda este ano. Veja a pauta debatida na reunião e os encaminhamentos da Mesa SUS.
Falta de enxoval
O começo da reunião trouxe o problema da falta de roupa para trabalhadores e roupa de cama nas unidades hospitalares que se arrasta desde julho sem solução. A diretora do Sind-Saúde Lenir Romani relatou que no Hospital Regional João Penido (HRJP) a falta do enxoval já foi relatado à Ouvidoria e nada foi feito. Segundo ela, cirurgias são adiadas porque não tem reposição de roupas limpas para o atendimento.
A diretora do Sindicato Neuza Freitas afirma que essa situação é generalizada na Fhemig. “Teve unidade que pediu para o trabalhador comprar roupa de locais privativos como CTI e bloco cirúrgico, algo totalmente fora das normativas da enfermagem”, denunciou.
Lenir completou a denúncia e disse que no HRJP chegaram a colocar comunicado nas alas para a troca das roupas de cama acontece em 72 horas para, segundo eles, “economizar ao máximo”.
Apenas uma empresa atende todas as unidades da Fhemig com o fornecimento do enxoval. A empresa diminuiu o estoque de entrega que antes era de dez dias para 3 dias. Uma outra reclamação é que a empresa se nega a entregar em um determinado hospital alegando pendências de pagamento de outra unidade.
Como resposta, o representante da Fhemig afirmou que os setores responsáveis informaram que o problema já foi solucionado, fato que não foi comprovado pelos presentes.
Descentralização
A descentralização na Fhemig é vista como um dos fatores que agravam os problemas no fornecimento do enxoval. A diretora do Sindicato Neuza Freitas voltou a cobrar a centralidade da gestão hospitalar. “Desde que foi feita a descentralização é um caos na Fhemig. Deu autonomia para as unidades, mas eles não podem encaminhar nada”.
Assédio moral
Denúncias de assédio moral na estrutura do nos órgãos e vinculadas Sistema Estadual de Saúde foram relata para acompanhamento dos casos. A Mesa recebeu a proposta de promover um estudo para o combate à prática assediadora na SES e Fhemig.
Foi informado que já está protocolado um pedido de audiência pública na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para discutir assédio moral.
Entre os casos relatados, o diretor do Sind-Saúde Renato Barros afirmou que o Sindicato irá juntar os casos do Metropolitano em documento para cobrar uma tomada de decisão. Segundo ele, há situações de adoecimento dos trabalhadores que sofrem assédio, inclusive um AVC com origem de pressão no trabalho.
Carreira
A diretora do Sind-Saúde Núbia Dias expôs os trabalhos realizados para definir as mudanças na carreira que não tenham impacto financeiro, mas que resolvem problemas estruturais na saúde. Ela afirmou que aguarda o retorno do cronograma de discussão para o início de janeiro.
Giefs
Foi questionado a prestação de contas sobre a forma de distribuição da Giefs. No caso da Fhemig, por exemplo, os 30% referente a distribuição dos servidores é usado para o pagamento do plantão estratégico. O Sindicato também recebeu denúncia que cargos comissionados estão sendo pagos com esse percentual destinado à Giefs dos trabalhadores. A diretora do Sindicato Neuza Freitas criticou ainda o aumento da quantidade de comissionados na Fundação.
A diretora do Sindicato Núbia Dias informou que está sendo feito junto à Advocacia Geral do Estado (AGE) uma metodologia com base na jurisprudência das ações judiciais que o Sind-Saúde já ganhou a favor dos trabalhadores.
Plano de contigencioamento
A Mesa irá cobrar do governo a apresentação de um plano de contingenciamento para o período de surtos como dengue para evitar o caos ocorrido no início deste ano.
Alimentação
O tumulto provocado na Administração Central da Fhemig por causa do comunicado da presidência da suspensão do fornecimento de alimentação para os servidores administrativos foi debatido na Mesa. Representantes dos trabalhadores eleitos em assembleia na quinta (26) acompanharam a reunião.
O representante da SES se mostrou assustado com a decisão da presidência da Fhemig. Segundo ele, a ajuda de custo é uma decisão de governo. Ele afirmou ainda que essa atitude é muito distante de toda a literatura de recursos humanos.
A discussão foi mantida para ser abordada em uma nova reunião na SES no período da tarde. O Sindicato alegou que a Ajuda de Custo é uma política do governo para todo o Sistema Estadual de Saúde e não pode ter situações diferenciada decida isoladamente em descumprimento do Decretos
Conselho Curador
A diretora do sindicato Neuza Freitas cobrou transparência na escolha dos representantes do Conselho Curador da Fhemig e também das discussões em pauta nessa instância. Segundo ela, os trabalhadores tiveram acesso a atas de reunião do Conselho e questionam que assuntos tratados no Conselho não são de conhecimento de ninguém.
Diretores do Sind-Saúde estiveram em reunião no gabinete da SES/MG após a Mesa de Negociação para exigir que a representação referente aos assuntos de interesse dos trabalhadores seja escolhido por seus pares.
Outros assuntos também foram abordados, como a situação do pronto atendimento da Casa de Saúde Santa Isabel. Os representantes do governo afirmaram que darão retorno ao Sind-Saúde.