Greve continua
Servidores da saúde não aceitam proposta do governo e mantém movimento grevista
Os servidores do Sistema Estadual de Saúde e Unimontes decidiram em Assembleia Geral realizada nesta segunda-feira(11/11) manter a greve da categoria devido a inconsistência da proposta apresentada pelo governo estadual. O movimento está no quinto dia de greve e os trabalhadores discutiram o documento do governo enviado ao Sindicato Único dos Trabalhadores (Sind-Saúde/MG) com um relatório da reunião de negociação que ocorreu na última quinta-feira. O documento não apresenta nenhuma proposta concreta para os três itens de reivindicação que levou os trabalhadores ao movimento paredista. A categoria reivindica a isonomia de tratamento com o setor da segurança em relação a proposta de reajuste salarial, a extensão da Gages para todas as carreiras da Secretaria de Estado da Saúde (SES-MG) e o fim das discussões sobre o repasse da gestão da Fhemig às Organizações Sociais (OSs).
Para os trabalhadores, apesar do documento sinalizar para revisão da carreira, o texto é vago e sem prazo de envio para o legislativo. A diretora do Sind-Saúde Neuza Freitas afirmou que uma das saídas que o governo poderia ter apresentado era encaminhar de forma imediata os pontos da carreira que não cause impacto financeiro, mas que resolve diversas distorções nos cargos que compõem o Sistema Estadual de Saúde e Unimontes.
Outro ponto unanime da assembleia é contra a ameaça de repassar a gestão da Fhemig à iniciativa privada. O governo ainda não mostrou que irá obedecer, conforme define a legislação, a determinação do Conselho Estadual de Saúde (CES-MG) para não implementar as chamadas OSs nas unidades hospitalares da Fundação. Para a delegada sindical Aguida Vieira, a ameaça das Organizações Sociais coloca em risco o local de trabalho dos servidores. “Precisamos de reajuste salarial urgente, a revisão do plano de carreiras é primordial, mas temos que saber que em primeiro lugar nosso local de trabalho está ameaçado. Os boatos que corre nos corredores do hospital é que está tudo pronto para implementar as OS, temos que estar livres desse famigerado projeto”.
Durante a assembleia, a diretora Neuza Freitas informou que recebeu a notícia de que os líderes dos blocos parlamentares na Assembleia Legislativa acordaram sobre a tramitação do Projeto de Lei 1205/2019, que permite ao governo antecipar cerca de R$ 4,5 bilhões em recursos da exploração do nióbio. Esse valor é prometido para o pagamento do 13º, porém o governo não tinha deixado claro esse vínculo ao projeto. O acordo dos parlamentares discutiu exatamente essa obrigatoriedade de o recurso ser utilizado para pagamento do funcionalismo. A diretora do Sindicato alerta os trabalhadores para que este ponto também seja observado no movimento grevista.
Calendário da greve
Os trabalhadores também votaram a agenda de greve para a amanhã (12). O protesto ocorrerá em frente a Maternidade Odete Valadares (MOV) às 10 horas. O Sindicato aguarda a resposta do governo para convocar uma nova assembleia. As regionais da SES farão as mobilizações locais e as unidades do interior também manterá as mobilizações, realizando a escala mínima exigida por lei.