Governo investe em marketing para maquiar prejuízos dos servidores com mudança para a Cidade Administrativa
Para a sociedade civil esta obra não é prioridade no atual contexto
Apesar de toda a pompa e grande publicidade na inauguração da Cidade Administrativa, nesta quinta-feira (4/3), o Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais – Sind-Saúde / MG – vem a público manifestar sua preocupação com os prejuízos que a mudança poderá acarretar aos servidores públicos, bem como a real necessidade desta obra devido à situação de precariedade o qual passa muitos setores públicos, o que refletem ao não atendimento adequando à sociedade civil.
Tanta propaganda não foi capaz de maquiar a forma autoritária como ocorreu à transferência da sede do Executivo Mineiro para o bairro Serra Verde. O governador Aécio Neves, estrategicamente, inaugurou sua obra “faraônica” no dia em que se comemora o centenário de nascimento de Tancredo Neves. Mas, o atual governador mineiro realiza em sua gestão o caminho inverso do que foi seguido por seu avô. De forma antidemocrática, em nenhum momento, se dispôs a discutir com a sociedade civil e tão pouco com os servidores a mudança drástica, que vai refletir em um gasto alto para os cofres públicos bem como modificar a rotina de muitos trabalhadores.
A Cidade Administrativa foi orçada em 500 milhões de reais, mas o gasto real ultrapassou mais que o dobro do valor orçado, cerca de 1,6 bilhões de reais. Pela atual conjuntura, vários setores da sociedade civil precisam de melhorias e, portanto, recursos financeiros. Sendo que Minas é um dos únicos estados a não cumprir com o investimento mínimo obrigatório de 12% das receitas na saúde. É com esta obra e com o gasto gerado nas finanças do Estado que o governo Aécio Neves demonstra ter outras prioridades.
Para os trabalhadores públicos, que estão indo para a nova sede, a rotina foi alterada gerando descontentamento. Estamos falando do deslocamento de cerca de 16.322 servidores. Para amenizar o impacto da mudança, o governo está adotando medidas paliativas temporárias, a exemplo do decreto que reduz a jornada destes trabalhadores. Mas, a redução será válida somente até dezembro, período considerado de adaptação ao novo translado, devido à maior distância percorrida.
Resta ao trabalhador se acostumar com a nova rotina.
Para as servidoras, no entanto, há um complicador: o local para deixar os filhos. Uma das reivindicações do funcionalismo é a construção de creches na própria sede, mas ainda não houve qualquer manifestação do governo neste sentido.
O Sind-Saúde-MG está mobilizado, no sentido de acompanhar os impactos que a mudança da sede administrativa causará na qualidade de vida do servidor e para cobrar providências do poder público, a fim de que os trabalhadores não sejam ainda mais penalizados.
Sind-Saúde MG
“Fazendo na luta a força dos trabalhadores!”