Fechamento de serviços do Hospital Júlia Kubitschek é pauta de assembleia de trabalhadoras e trabalhadores

Os rumores de fechamento definitivo da unidade de emergência e de serviços relacionados à saúde da mulher, mobilizaram as trabalhadoras e trabalhadores do hospital Júlia Kubitschek que se reuniram em assembleia na tarde da última sexta-feira, 01/04,
na porta da unidade.

Dirigentes sindicais lotados na unidade foram procurados para informar da relotação de servidores que hoje exercem a atividade profissional na ala E, estrutura onde funcionava a unidade de emergência temporariamente fechada para atendimento ao COVID-19. Relataram também que houve orientação para transferência de pacientes para outros setores que, além disso, um documento formal foi divulgado determinando do fechamento do ambulatório do serviço de saúde da mulher.

A assembleia contou com participação expressiva de servidores públicos, usuários e representantes da Regional do Barreiro também participaram da assembleia.

Os trabalhadores acreditam na importância da unidade de emergência já que é a porta de entrada mais democrática da unidade
Hospitalar. O fluxo nesse setor é regulado pela demanda da própria comunidade. Já a atenção à saúde da mulher do Júlia, é referência em todo o estado e o enxugamento de serviços é considerado um retrocesso e risco à maternidade.

Após a explanação da pauta foi eleita uma comissão para buscar respostas junto à Direção geral do complexo de especialidades.

O diretor da unidade, Samar Musse Dib, integrou-se à assembleia e relatou que não houve nenhuma comunicação formal de fechamento definitivo da unidade de emergência. Além disso, fez um traçado histórico de faltas de médicos obstetras que levou ao anúncio de enxugamento de serviços para priorizar a área crítica da maternidade.

No entanto, informou que solicitou um levantamento da equipe multiprofissional a fim de redesenhar o perfil da unidade e assegurar o funcionamento do centro de terapia intensiva e leitos de enfermaria. Acrescentou que a coordenação da equipe médica da maternidade promoveu remanejamento que assegurará o pleno funcionamento de todos os setores de cuidado à saúde da mulher. Mas ponderou que caso não haja esse redimensionamento da equipe médica será mantido o fechamento do serviço
ambulatorial que cuida da saúde da mulher. Além disso, informou que o documento feito por ele não pode ser revogado, já que é de sua responsabilidade assegurar que a prestação de serviço ocorra sem riscos assistenciais.

Com isso, os presentes entenderam que, ainda com a falta de documento formal, a ideia de fechamento definitivo da
unidade de emergência pode se configurar caso não haja composição dos recursos humanos.

O encaminhamento aprovado foi o início de um movimento para reabertura desta unidade com a participação da comunidade.
Para isso, será solicitada reunião entre os conselhos estadual, municipal e local de saúde junto ao sindicato. Também será solicitado que a diretoria desta unidade hospitalar encaminhe o quantitativo de pessoal necessário para assegurar o funcionamento do hospital e reabertura dos serviços de urgência e emergência.

O sindicato entende que a busca por soluções, quando é conjunta e solidária, tem maior chance de êxito.