Dia da Saúde: Nem a pandemia foi capaz de tirar fantasma do subfinanciamento do SUS
Fortalecer o orçamento do SUS deveria ser uma exigência histórica para a pauta política brasileira após dois anos de pandemia e da
resposta que o Sistema Único de Saúde deu, não somente ao combate a COVID-19, mas também nas diversas frentes de atendimento ao povo brasileiro. Ao contrário disso, assistimos ao desprezo do governo federal, estadual e de grande parte dos governos municipais com o financiamento do SUS. Não apenas os serviços de saúde foram negligenciados pelos governantes. Pautas importantes de valorização
dos trabalhadores da saúde foram abandonas em pleno ano eleitoral. A lição do Dia Mundial da Saúde, comemorado nesta quinta-feira (07/04), é que no Brasil a prioridade da população continua muito distante da prioridade de muitos políticos.
Em Minas, no momento histórico que mais ficou visível a importância do SUS 100% público, de qualidade e universal, o governador Zema buscou deliberadamente o contrário: tentou sucatear a Funed, acabar com a Escola de Saúde Pública (ESP), entregar para a iniciativa privada unidades hospitalares da Fhemig, precarizar as gerencias de saúde. Com a luta dos trabalhadores e de usuários de saúde, Zema chega ao final de seu governo sem desmontar o que pretendia, porém não avançou em nada a estrutura da saúde pública para o povo mineiro.
Também para os servidores da saúde a desvalorização foi o trato dado do governador. Nessa semana tão simbólica para a saúde, os trabalhadores buscam a sensibilidade dos deputados estaduais para derrubar o veto que acrescenta 14% ao reajuste dos servidores. Há 10 anos sem reajuste salarial, 24% de recomposição de perdas salariais deveria ser a mínima proposta a uma categoria que tanto se entrega para salvar a vida das pessoas, sobretudo nos últimos anos.
No âmbito nacional, infelizmente o cenário também não é diferente. Com uma gestão catastrófica da pandemia, o governo federal ao
politizar eleitoralmente assuntos da saúde, jogou para as raízes sólidas do SUS a responsabilidade de responder as necessidades sanitárias urgentes. Do ponto de vista dos trabalhadores, a reivindicação histórica dos profissionais da enfermagem para o Piso Nacional da categoria foi enrolada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, até o último momento por pressões de lobistas do setor privado da saúde.
É com a certeza que para a população a saúde é uma prioridade, que o direito à saúde é uma prerrogativa básica Constitucional e que os trabalhadores da saúde merecem respeito e valorização que o Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde/MG) faz esse apelo no Dia Mundial da Saúde: O SUS forte é uma demanda de todos em todos os tempos! Valorize o SUS e os profissionais da saúde!