Classe trabalhadora unida pela redução da jornada de trabalho

É inadmissível a declaração esta semana de empresários e representantes da indústria, ao afirmarem que a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais sem redução salarial, defendida pela CUT e por outras Centrais Sindicais e governo federal, não acarretará novos postos de trabalho. Com pensamentos e metas voltadas exclusivamente para seus bolsos, revelaram ainda que as empresas brasileiras terão um aumento considerável no custo de produção, perdendo competitividade em relação a produtos de outros países.

O que o Brasil precisa é gerar mais emprego e produção. Ao reduzirmos a carga horária, serão criados 2 milhões de empregos novos. A redução da jornada vai tornar possível investir, por exemplo, em qualificação da mão de obra.

A classe trabalhadora não pode, definitivamente, aceitar discursos interesseiros e oportunos de empresários que só visam lucro e a exploração do trabalhador.

As centrais sindicais estão novamente unidas, com maturidade e responsabilidade, em campanha pela redução da jornada de trabalho, em defesa do aumento da geração de emprego, da renda e das conquistas da classe trabalhadora. Não vamos aceitar que a perda com a arrecadação da CPMF seja compensada mexendo nos acordos firmados pelo governo com os servidores e com as centrais. Para garantir um desenvolvimento sustentável, precisamos é reduzir os juros e o superávit primário, taxar as operações financeiras nas Bolsas de Valores e a especulação. Já o bolso do trabalhador tem de ser preservado. E vamos lutar por isso, como sempre fizemos.

Por outro lado, comemoramos a aprovação, pela Câmara dos Deputados, do Estatuto da Igualdade Racial. Um acordo com a bancada ruralista garantiu, nessa quarta-feira (9.9), a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial na Câmara, após quase dez anos de tramitação. Para destravar a proposta, o deputado Antônio Roberto (PV-MG), relator do projeto, aceitou excluir um artigo que tratava da regularização de terras para remanescentes de quilombos. A CUT/MG reafirma sua luta diante dessa exclusão, e defende a regularização das terras dos quilombolas, os legítimos donos. 

Pelas regras, os partidos passam a ser obrigados a destinar aos negros 10% de suas vagas para candidaturas nas eleições proporcionais. A proposta original era de que esse valor fosse elevado para 30%, igual à cota definida para mulheres, fato absurdo, uma vez que o número de negros deste país ultrapassa 50%.

O estatuto passa a exigir também do sistema público de saúde que se especialize no tratamento de doenças mais características da raça negra, e, na área de educação, passa a ser obrigatória a inclusão, no currículo do ensino fundamental, de aulas sobre história geral da África e do negro no Brasil. Outra novidade diz respeito ao incentivo fiscal que o governo poderá dar à empresas com mais de 20 funcionários e que decidirem contratar pelo menos 20% do quadro com negros.

Trata-se, portanto, de um importante passo no resgate da igualdade de trabalhadores/as entre brancos e negros, brancas e negras deste país.

A intenção agora é pressionar as autoridades para que seja votado no Plenário, o que foi acordado na Comissão.

Nos vemos na luta!