Centrais fazem 1º de Maio conjunto com encontro e ato público
A Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), CTB, NCST, CGTB e Conlutas se uniram nesta sexta-feira (30 de abril) para debater uma pauta unificada no Encontro Metropolitano de Trabalhadores e Trabalhadoras, no Sindicato dos Comerciários. À tarde, as centrais participaram de um Ato Público pelo Dia Internacional do Trabalhador na Praça 7, em que distribuíram uma nota conjunta.
As centrais também apresentaram, na manifestação, a pauta da classe trabalhadora, que inclui a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas, a ratificação das Convenções 151 e 158 da OIT, o combate à terceirização, a continuidade do projeto democrático e popular no governo federal, a extinção do Fator Previdenciário, a aplicação dos recursos do Pré-Sal em políticas públicas, a valorização dos salários mínimos e o fim da intervenção judicial na ação sindical e da criminalização dos movimentos sociais.
A deputada federal Jô Moraes (PC do B), durante o encontro, enfatizou que a pauta dos candidatos deve ter “a cara, a autonomia e a identidade dos trabalhadores”. “Ainda temos muito o que conquistar. A política de valorização do salário mínimo é um acordo formal, ela precisa virar lei para garantir a continuidade dos aumentos reais até 2023”, disse Jô Moraes.
Para o presidente da CUT/MG, Marco Antônio de Jesus, os trabalhadores brasileiros vão enfrentar vários desafios neste ano e, por isso, a unidade das centrais é essencial. “É necessário garantir a continuidade do projeto democrático e popular. Vamos avançar com a valorização dos salários mínimos, a reforma agrária, o fim da terceirização, a aplicação dos recursos do Pré-Sal na saúde, na educação. Vamos fazer uma grande Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora, no dia 1º de junho, no Morumbi, em São Paulo. Mas, antes, temos o Dia Nacional de Lutas, em 18 de maio, que será uma grande mobilização pela aprovação no Congresso Nacional da redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas, sem perda salarial.”
Segundo Marco Antônio, como as perspectivas de crescimento do PIB neste ano são de 5%, os sindicatos terão, nas negociações coletivas, a oportunidade de garantir maior participação dos trabalhadores no crescimento econômico.
Carlos Magno de Freitas, secretário-geral da CUT/MG, parabenizou as centrais pelo encontro, prova de maturidade do movimento sindical. “Com o tempo, compreendemos a importância da unidade. Só com ela vamos conseguir combater a interferência do judiciário na prática sindical, as práticas antissindicais, a terceirização. Mas precisamos lembrar que temos uma agenda positiva, precisamos ter assento no Conselho Nacional de Relações do Trabalho.”
Gilson Reis, presidente da CTB no Estado, preferiu fazer uma análise da conjuntura eleitoral. “Hoje se faz uma discussão nacional sobre as eleições, mas não podemos esquecer da questão estadual. O governo Aécio Neves maltratou os trabalhadores el reprime greves, como a dos trabalhadores em educação, com ameaça de corte de ponto e demissões. O governo estadual ou cooptou ou reprimiu os trabalhadores como criminosos. Não podemos permitir que o PSDB e o DEM continuem a governar Minas Gerais.”
Cosme Nogueira, da CGTB no Estado, lembrou que a Convenção 151 da OIT, que prevê a organização sindical dos servidores públicos já está ratificada pelo Senado, mas ainda é preciso lutar pela Convenção 158, que impede a demissão imotivada.
Para Gilberto Antônio Gomes, coordenador político da Conlutas, a interferência da Justiça no movimento sindical lembra a ditadura. “As ações das centrais deveriam ser mais contundentes contra o interdito proibitório. Precisamos avançar com a ratificação da Convenção 158 da OIT. É necessário lutar pela continuidade do projeto do governo federal que é oriundo dos movimentos sociais. Vamos ter que avaliar o que será o Brasil com Dilma ou com José Serra.”
Antônio da Rocha Miranda, presidente da NCST em Minas, também parabenizou as centrais pelo encontro. “Construímos uma unidade diante de vários temas e vamos garantir mais conquistas para os trabalhadores.”
Fonte: CUT-MG