Categoria realiza ato pelo pagamento do piso salarial da enfermagem em Belo Horizonte
Na manhã desta terça-feira, 06/09, cerca de 150 profissionais da saúde protestaram na Praça da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O ato é um protesto contra a suspensão da lei que criou o piso salarial da enfermagem em decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Federal Tribunal (STF), neste domingo (4). A decisão vale até que Estados se manifestem sobre impactos financeiros.
O Sindicato Único dos Trabalhadores de Minas Gerais está nessa luta junto à categoria, reforçando a importância de não baixar a guarda e continuar pressionando as autoridades pelo cumprimento do piso.
Reconhecer o piso da enfermagem é uma reparação social a esses profissionais. Os impactos serão maiores se não tiverem a enfermagem reconhecida e valorizada pelo piso já aprovado e que é constitucional.
Participaram da manifestação os trabalhadores dos municípios de Betim, Vespasiano, Ribeirão das Neves, Sabará, Esmeraldas, Contagem, Mário Campos e Belo Horizonte, sendo das redes municipal, estadual e privada. Unidos eles bradavam alto e bom som, pela constitucionalidade do piso e seu pagamento imediato.
Lionete Pires, diretora do Sind-Saúde, acredita que a mobilização tem de ser permanente e que a manifestação foi o pontapé inicial para a jornada de luta pela enfermagem.
“O ato de hoje foi o pontapé inicial na resistência da enfermagem para o cumprimento da lei 14.434, é importante que todos os profissionais da enfermagem venham participar dos próximos atos para cobrar do STF a constitucionalidade da Lei e o pagamento do piso”, declarou.
Por se tratar de um momento de processo eleitoral é importante saber quem de fato está ao lado da categoria e quem finge por oportunismo. Para Dehonara Almeida, diretora do Sind-Saúde, é preciso deixar claro quem é o autor da lei e quem é a favor do trabalhador.
“É importante destacar que a lei do piso foi uma lei proposta pelo senador pelo Fabiano Contarato, por reconhecimento à importância e o papel que a enfermagem tem na construção do SUS e que teve na pandemia, momento que a atuação da enfermagem salvou milhões de vidas. O piso é o reconhecimento desses profissionais que cuidaram das pessoas nas instituições de saúde”, destacou a diretora.
Uma das organizadoras da Campanha Pague o Piso, a diretora da CUT-MG Yara Diniz mostrou indignação com a liminar do Supremo, afirmou que essa não é uma decisão final e que o conjunto dos ministros precisam rever essa posição. “Temos profissionais da enfermagem que recebem hoje menos que um salário mínimo. Trabalhadores que cuidam da vida das pessoas. Após um período dramático que vivemos é legal e legitimo estabelecer um valor mínimo para o salário de uma das maiores categorias do país. E é preciso reforçar: é o piso, é o mínimo, é o valor inicial. Merecemos respeito! Lutamos por essa lei e ela não pode ser usurpada de nós, derrubar a legislação que foi aprovada é sancionada é roubar a democracia”, salienta Yara.
O farmacêutico e diretor do Sinfarmig, Rilke Novato, também esteve presente no ato e mostrou que as multiprofissões na saúde devem se manter solidárias as lutas.
A presidenta do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE), Denise Romano, esteve presente para reforçar o movimento e deixou sua manifestação de apoio.
“A gente tem que saber votou contra e quem articulou no STF nessa decisão estapafúrdia e, especialmente quem foi o autor da lei do piso da enfermagem. É importante saber quem são nossos aliados, quem articulou a favor do piso e quem foi contra”, afirma a dirigente sindical.
Romano termina sua fala conclamando aos trabalhadores e trabalhadoras para unificar a luta por saúde e educação, para impedir que o governador Romeu Zema implemente OS na saúde e precarize ainda mais o sistema público de ensino.