SUS na praça: Iniciativa do Conselho Municipal discute saúde pública no centro de BH
Para marcar o Dia Mundial da Saúde (07/04) a Praça 7 em Belo Horizonte foi tomada pelo tema com apresentações culturais, pronunciamento de militantes do SUS e informação para quem passava pelo centro da capital. O evento começou às 14 horas e conseguiu chamar atenção da população para um debate político sobre o SUS, reafirmou a importância da saúde pública e apontou os entraves e desafios atuais.
Segundo a Conselheira da saúde na cidade e uma das coordenadoras da ação, Ângela Eulália, o objetivo foi dar visibilidade ao SUS-BH e ao Conselho Municipal de Saúde em um momento fundamental de valorizar o acesso a saúde gratuita e de qualidade.
Outro conselheiro que fez uso da palavra foi Paulo Carvalho. Em sua fala, Paulo que também é diretor do Sind-Saúde, chamou atenção para as tentativas de privatização da saúde. “Nós sabemos que o SUS foi construído no maior momento democrático do País. Ele é nosso e temos que arregaçar as mangas para dar um basta àquelas pessoas que tentam utilizar o SUS para interesses particulares”.
Paulo criticou o repasse de dinheiro público para a iniciativa privada. Segundo dados apresentados na reunião do Conselho Nacional de Saúde (CNS), 8,5% do PIB são destinados à saúde e destes recursos, 5% está nas mãos do setor privado. “Na constituição federal diz que a iniciativa privada pode participar do SUS de forma complementar. Hoje, é o público que está complementando o SUS. Sem o sistema público nós não teríamos prevenção, não teríamos promoção e nem assistência básica, porque isso não dá dinheiro para o setor privado e eles querem o lucro” enfatizou Paulo Carvalho.
O diretor do Sind-Saúde/MG Renato Barros aproveito o momento para cobrar mais investimentos na saúde, o cumprimento da EC 29 pelos governos estaduais e federal e apontou outros desafios impostos ao SUS. Renato Barros afirmou que o governo estadual repassa para a saúde menos de 7%, o que pela EC 29 deveria ser 12%. Com isso, segundo ele, o governo de Minas sobrecarrega os municípios que não conseguem dar conta de toda a demanda.
“Nós avançamos muito na saúde, mas temos muito que avançar. Precisamos cobrar a responsabilidade do Estado no atendimento primário à saúde. Que o Estado faça maiores investimentos nas Poli-clínicas para que os servidores tenham melhores condições de atender a população. O Estado também precisa garantir salários dignos para valorizar os trabalhadores que atendem ao cidadão” avaliou.
Durante toda a atividade aconteceram apresentações culturais de projetos ligados às Unidades de Saúde de Belo Horizonte. O Programa Arte da Saúde de Venda Nova trouxe o grupo de crianças que dançaram ao som de Zeca Baleiro. O Coral Canto do Rouxinol, composto por usuários do SUS do Centro de Saúde Amilcar Viana embalou o povo que passava e fez muita gente parar para apreciar o evento. Outra apresentação programada foi a ginástica terapêutica Lian Gong do Centro de Saúde Jardim Guanabara.
Veja um trecho da fala de Paulo Carvalho durante o evento