7 de abril
Dia Mundial da Saúde: o que seria do Brasil sem o SUS?
Nesta terça-feira (7) é comemorado o Dia Mundial da Saúde, pela Organização das Nações Unidas (ONU) para ressaltar a Organização Mundial da Saúde (OMS), e mostrar à sociedade a importância de um conceito amplo de saúde acessível a todas as pessoas.
A data não foi escolhida por acaso: coincide com a criação da própria OMS, que foi fundada em 7 de abril de 1948. A cada ano, a agência das Nações Unidas escolhe um tema central de campanha. Em 2020, a instituição está prestando tributo aos profissionais, que compõem uma força de trabalho de quase 28 milhões de pessoas no mundo – muitas delas atuam na linha de frente para cuidar de pacientes infectados pelo novo coronavírus.
Neste momento em que o mundo enfrenta a pandemia do coronavírus, é essencial homenagear os profissionais da saúde da linha de frente, para vencermos a Covid-19 e ao mesmo tempo refletirmos sobre a necessidade da universalização da saúde e de mais investimentos para o SUS.
Imensas e inúmeras reflexões são indispensáveis quando o isolamento passa a ser a única medida concreta contra um vírus, que driblou a tecnologia e os grandiosos avanços conquistados nas últimas décadas, para mostrar que ainda está nas mãos dos seres humanos a possibilidade de evitar a transmissão da doença, de salvar vidas e de ir atrás de uma cura.
Desde a sua criação, o SUS sempre esteve de portas abertas com ações e serviços que buscam atender às necessidades de saúde da população. Contudo, ao longo desses anos, vem sofrendo com sub financiamento e mais recentemente com o desfinanciamento, infraestrutura precária, gestores sem compromisso, quantitativo inadequado de pessoal, escassa qualificação permanente para os trabalhadores da saúde, expulsão de médicos da saúde da família, privatização crescente de vários serviços, por meio de novos modelos de gestão (OSs, OSCIPs, PPPs, SSA..), desabastecimento, falta de equipamentos e insumos básicos e ataques de alguns setores da sociedade.
Os trabalhadores da saúde que é que são chamados à linha de frente no protagonismo do combate à doença. Ao contrário da maioria da população, os servidores da saúde não param de trabalhar, colocam no exercício da profissão a saúde coletiva em primeiro lugar. A importância do trabalho dos profissionais da saúde deve ser o espelho da valorização que essa categoria tanto merece. Nesse momento de pandemia, cuja crise sanitária planetária é a maior dos últimos cem anos, o SUS alcança o seu lugar de direito. Só o SUS, apesar de tão maltratado pelo poder público, e tão malfadado pelas elites e por grande parte da população, é capaz de dar as respostas necessárias para enfrentar o vírus avassalador.
Algumas reflexões ficarão, como o que a saúde precisa aprender diante do cenário das ruas e vazias e dos leitos lotados das UTIs? As perguntas são muitas e certamente vão modificar alguns conceitos, entre eles a ideia de que saúde depende apenas da assistência. Muito além disso, é preciso união de forças e estratégia de gestão para congregar necessidades que vão desde o saneamento básico até o financiamento responsável das ações que vão gerar a qualidade de vida e o bem-estar das pessoas e dos profissionais da saúde.
É claro que a pandemia será vencida, mas a um custo imensurável, com a perda de tantas vidas. Também é evidente que o país irá conseguir reconstruir e resgatar a economia e a forma veloz de viver o Sistema Único de Saúde. Afinal, profissionais da saúde são sobreviventes de outras guerras e inimigos.
Em meio a mudanças e dúvidas que ficarão depois que tudo passar, a única certeza é de que os verdadeiros heróis dessa guerra vestem jaleco e avental branco. Por isso, os profissionais da saúde merecem aplausos e valoroso reconhecimento, que deve ser concretizado, acima de tudo, com condições dignas de trabalho, respeito e segurança.
O Sind-Saúde luta pela revogação da Emenda Constitucional 95/2016 que retirou verbas do SUS e congela investimentos até 2036. Reafirmamos a denúncia de que esse desfinanciamento da saúde pública é uma tragédia anunciada para o povo brasileiro.
O Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde (Sind-Saúde/MG) presta uma homenagem aos servidores da saúde neste momento tão dramático do Brasil e do mundo. Porém, a entidade sindical também chama a atenção para que as condições de trabalho e salário desses guerreiros trabalhadores possam ser compatíveis com a necessidade social desta categoria.
Apoiem o profissional da saúde e exija o fim das medidas de desmonte do SUS, o combate ao COVID-19 ou a qualquer epidemia e problema crônico da saúde da população passa por uma saúde pública de qualidade.