Doação em campanha eleitoral

Estudo mostra que planos de saúde financiam candidatos. Para quê?

As doações de planos de saúde nas eleições de 2010 foram de quase 12 milhões de reais. O PMDB encabeça a lista dos partidos que mais receberam recursos. O PSDB vem em segundo lugar. Os dados são de um estudo publicado pelo Centro Brasileiro de Estudos em Saúde (CEBES) feito pelos pesquisadores Mário Scheffer e Lígia Bahia.

O deputado federal mineiro e ex-Ministro da Saúde recebeu valor expressivos: R$ 270 mil para se eleger em 2010. Muitos não eleitos também tiveram grande volume de aporte nas campanhas. É o caso do Dalmo Claro de Oliveira (PMDB-SC), ligado ao sistema Unimed, que sozinho, recebeu R$ 2.371.236,69.

Segundo o estudo, as maiores empresas doadoras em 2010 foram a Unimed do Estado de São Paulo – Federação Estadual das Cooperativas Médicas, com R$ 3.570.000,00 e a Qualicorp Corretora de Seguros, que destinou R$ 1.900.000,00. Em 2006, a Unimed do Estado de São Paulo também foi a campeã de doações, desembolsou cerca de R$2,9 milhões naquelas eleições.

Na lista dos eleitos estão 4 governadores, dentre eles o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, 3 senadores, como é o caso do ex-senador Demóstenes Torres, 36 deputados federais e 26 deputados estaduais. Os dois candidatos à presidência, Dilma e Serra, também foram beneficiados com recursos.

Veja a integra do estudo Representação política e interesses particulares na saúde: o caso do financiamento de campanhas eleitorais pelas empresas de planos de saúde no Brasil, de Mário Scheffer e Lígia Bahia