Vacina contra dengue é esperança, mas não solução única

O SUS recebeu mais de 750 mil doses do imunizante e já está sendo distribuída a alguns municípios. Em Minas Gerais os imunizantes chegaram ao estado nesta quinta-feira (22/02), e já serão destinados à imunização de crianças de 10 a 14 anos em 22 munícipios selecionados pelo Ministério da Saúde.

Minas Gerais enfrenta a pior epidemia de dengue de toda a sua história. O Estado possui 86.184 casos confirmados da doença e 26 mortes, 18.329 diagnósticos confirmados de chikungunya e quatro óbitos, além de seis casos de zika. Em janeiro, Minas decretou situação de emergência por causa do avanço das doenças. No entanto, Minas fez o menor investimento contra a dengue dos últimos três anos em 2023. Foram investidos R$ 64,4 milhões, quantidade inferior aos R$ 75,9 milhões de 2022 e aos R$ 123,2 milhões de 2021.

A chegada da vacina Qdenga ao Sistema Único de Saúde (SUS) é sim, motivo para esperança, mas não será a solução para o problema atual da dengue no país.

É importante destacar que a chegada da vacina irá causar uma demanda grande de mais trabalho para os profissionais da saúde, que já estão sobrecarregados como o número de atendimentos da dengue e outras doenças. Nesse sentido, é preciso que o Poder Público crie uma política especifica para tratar do caso. É preciso garantir aumento de pessoal, bem como a valorização desses trabalhadores e reconhecer a importância de sua atuação. Além de assegurar melhores condições de trabalho a esses trabalhadores, como vacina, equipamentos de proteção e insumos em geral.

A vacina é uma importante ferramenta para conter novas epidemias da doença. No entanto, o poder público também precisa estar em alerta para o grande desafio no combate à desinformação e as correntes antivacinas. E a sociedade precisa se conscientizar para os cuidados básicos no combate a proliferação do vírus.

É um momento de prevenir e de ao mesmo tempo cuidar. Há esse apelo pra um trabalho de governo mas também de cada família pra cuidar do seu espaço. Tudo isso envolve uma ação que vai além da saúde, pois se o Sistema Único Saúde se sobrecarrega, o risco de um colapso é eminente, e isso impacta não só na vida dos trabalhadores, mas também na assistência ao serviço, ou seja, na vida de cada cidadão.

Proteção e valorização para os trabalhadores e vacina para todos! Viva o Sus