Trabalhadores da Funed sinalizam greve para quarta-feira (16/09)




Depois de cinco meses de tentativas de negociações, os trabalhadores da Fundação Ezequiel Dias (Funed) indicaram paralisação nesta quinta-feira (10/09) com indicativo de greve por tempo indeterminado a partir da próxima quarta-feira (16/09). A decisão foi feita após a reunião da Mesa Estadual de Negociação do SUS, prazo dado pelo governo para apresentar uma nova proposta.

Segundo o chefe de gabinete da Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG), Breno Simões, a gratificação proposta de 20 cotas de GIEF´S durante seis meses foi uma solução interna devido a falta de resposta da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag). Durante a reunião que aconteceu na sede da SES cerca de 150 trabalhadores manifestaram na Avenida Afonso Pena para pressionar uma resposta.  

A Secretaria manteve a proposta já feita na semana passada, o que revoltou os trabalhadores. O membro da comissão de negociação e diretor do Sindicato dos trabalhadores da Saúde (Sind-Saúde), Felipe Iani demonstrou sua insatisfação com a postura do governo. “Estamos há cinco meses negociando, começamos com reuniões na Seplag que nunca deram em nada. Levamos dados e ninguém interessou nem em olhar e nem mesmo em apresentar os seus cálculos. O governo só começou a negociar quando a Funed apareceu na mídia por conta da gripe suína”

Decisão dos trabalhadores

Depois da reunião, os trabalhadores organizaram uma assembleia para decidirem a posição da categoria sobre o indicativo dado pelo governo. Por unanimidade os servidores da Funed aprovaram o indicativo de greve por tempo indeterminado a partir de quarta-feira. Os trabalhadores também decidiram por pararem os serviços no resto desta quinta-feira. Já amanhã (sexta-feira) e na segunda-feira os trabalhadores entraram na Fundação, mas permaneceram concentrados fora dos postos de trabalho, o que denominaram de “greve branca”. 

A proposta dos trabalhadores é de 30 cotas mensais de GIEF´S até o final do governo. “Esta proposta ainda é paliativa, já que a melhor solução seria o reajuste real dos salários. Mas precisamos garantir que no mínimo até as negociações salariais os trabalhadores não vejam suas gratificações saírem dos seus salários” sinalizou o diretor do Sind-Saúde, Renato Barros.

Gripe H1N1

Durante as falas dos trabalhadores foi colocada a situação da Funed nas pesquisas e produção de medicamentos sobre a gripe H1N1. “Estamos agindo com seriedade e respeito, os trabalhadores tiveram toda a paciência de esperar cinco meses por uma solução. Precisamos do mesmo comprometimento do governo em resolver a situação urgentemente. “ disse Renato ao falar sobre a nova gripe.

O deputado Adelmo Carneiro (PT), que também acompanhou a reunião, mostrou preocupação com a forma que o governo conduz a situação. “ O governo há pouco mostrou que os diagnósticos da gripe poderão ser feitos em 48 horas. Mas do jeito que a Funed está hoje não pode. Do jeito que os trabalhadores estão, não pode”.