Sindicato questiona redução da Giefs e discute assuntos que impactam vida de servidor da Fhemig
Piso da enfermagem, situação das creches e terceirização de unidades hospitalares estavam na pauta da reunião com presidente da Fhemig
Em reunião com a presidência da Fhemig, diretores do Sind-Saúde e servidores da Fundação cobraram transparência nos recursos da Giefs que teve valores alterados após mudança na Portaria. Com a alteração, trabalhadores têm denunciado uma queda considerável na gratificação. O Sindicato solicitou à Fhemig dados sobre os cálculos da Giefs e o percentual da receita destinado mensalmente. A presidente da Fundação Renata Leles Dias afirmou que a legislação prevê que até 30% da arrecadação pode ser destinado à Giefs, mas não confirmou qual é a percentagem que de fato é endereçada a força de trabalho. Renata Leles Dias se comprometeu a enviar os dados detalhados dos recursos ao Sind-Saúde em 30 dias. A reunião, que aconteceu nesta terça-feira (19/09) na Cidade Administrativa, também debateu o pagamento do piso da enfermagem, relato sobre fechamento de creches e as tentativas de entregar unidades da Fhemig para Organizações Sociais (OSs).
A presidente da Fundação e a diretora de Gestão de Pessoas Marina Emediato Lara Carvalho Mohl afirmaram que desde junho a Fhemig não paga mais a Giefs diferenciada e que os critérios levam em conta 5 questões: a avaliação institucional, a avaliação individual, a escolaridade e a carga horária. As gestoras também justificaram que parte dos recursos são separados para provisionamento do 13º e férias. O Sindicato avalia que mesmo com as mudanças falta transparência na destinação e no cálculo para a gratificação, questiona o motivo da percentagem variar a cada ano e reivindica que seja sempre 30% da receita e não a taxa ser considerada apenas como limite.
Piso da Enfermagem
O Sindicato aproveitou a reunião para buscar informações sobre o pagamento do piso da enfermagem. O governo federal estabeleceu o prazo de até 22 de setembro para que os entes estaduais e municipais para fazer o pagamento do repasse da complementação salarial dos profissionais de enfermagem. A presidente da Fhemig não deixou claro como ficará o pagamento dos trabalhadores. Segundo ela, representante do governo estadual estará em Brasília nesta sexta (20) para acertar o que será repassado à Fhemig e como se dará o pagamento.
A direção do Sind-Saúde afirmou que independentemente do valor do repasse, o governo estadual deve pagar o piso da enfermagem como manda a legislação. O Sindicato informou também que está em conversas com o legislativo mineiro para que o governo Zema cumpra a lei.
Creches
Com indignação, os representantes dos servidores indagaram o posicionamento da Fhemig em relação as creches da Fhemig. A pretensão da gestão é transferir 59 crianças da creche Abelha Zum Zum do Hospital Galba Veloso, no bairro Gameleira, para a creche do Hospital Raul Soares, no bairro Santa Efigênia, quase 10 km de distância. Atualmente, a Abelha Zum Zum atende também as crianças filhas de servidores da Maternidade Odete Valadares (MOV) e do Hospital Alberto Cavalcante (HAC).
A justificativa dessa transferência é que no local será feita uma obra para construção de onde funcionará o Hospital Eduardo de Menezes (HEM). Ao pedir a planta da obra do novo hospital com o espaço da creche, o Sind-Saúde foi informado que não está previsto no planejamento. O Sindicato alerta para o risco de desarticulação das creches tanto do Galba quanto do Eduardo de Menezes. A preocupação dos servidores é de imediato com a dificuldade de deslocamento antes e depois do trabalho e também a longo prazo com fragilidade da existência das creches.
O Sind-Saúde reivindica que governo apresente a solução com um novo espaço provisório para creche e que agregue no projeto do novo hospital a creche que atenda os trabalhadores da MOV, HEM e HAC. O Sind-Saúde também cobra um comunicado oficial sobre a situação das creches, pois até agora apesar de realizar reuniões com os pais, a Fhemig não oficializou nenhuma mudança do funcionamento de creche.
A diretora do Sind-Saúde Dehonara Almeida lembrou a importância histórica das creches e o motivo da permanência das creches para atender as mães trabalhadoras da assistência com realidades imposta pela própria dinâmica dos hospitais. As creches precisam funcionar em horários diferenciados para atender a necessidade da jornada de trabalho na saúde. Dehonara relatou a importância do funcionamento das creches no período da pandemia para garantir que mães e pais estivessem salvando a vida de muitos brasileiros. “A creche da Fhemig foi autorizada a funcionar durante a pandemia porque as crianças filhas de trabalhadores da saúde teriam dificuldade de acesso a outro lugar para ficar enquanto seus pais estavam nos hospitais. O mesmo preconceito que os profissionais tiveram, as crianças também tinham. Ninguém queria ficar com elas dada a realidade”, exemplificou Dehonara.
Dehonara ainda convidou a presidente da Fhemig a fazer o trajeto de deslocamento no horário que o trabalhador precisaria fazer para que ela percebesse o impacto na mudança da rotina do servidor caso a proposta da gestão fosse efetivada.
Privatização de Unidades
O Sind-Saúde voltou a criticar o modelo que o governo estadual busca implementar na Fhemig de terceirização da gestão hospitalar. Para os sindicalistas, essa é uma proposta que irá enterrar a existência da Fhemig no futuro, transferindo os hospitais públicos para gestões privadas. O Sindicato também alertou para os inúmeros casos de desvio de dinheiro público que ocorrem com diversas mantenedoras de Organizações Sociais (OS).
A presidente da Fhemig insistiu que essa é uma proposta de governo e que a ideia da gestão é transferir os hospitais menores primeiro. “Hoje a situação de alguns casos está em juízo. Temos uma possibilidade de uma virada em Ubá e no Cristiano Machado. Vamos fazer em um hospital pequeno para ir monitorando”, avalia a presidente da Fhemig.
Participaram da reunião os diretores do Sind-Saúde Dehonara Almeida e Eni Carajá, as servidoras Lúcia Barcellos e Maria Angélica Viana de Carvalho e o servidor Diego Silva Rosa. Representando a Fhemig, estavam a presidente da Fundação Renata Leles Dias e a diretora da Digep Emediato Lara Carvalho Mohl.