Sind-Saúde se uni a outros sindicatos em defesa da gestão participativa do IPSEMG

Com a finalidade de debater a situação da atual gestão do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais – Ipsemg, aconteceu no dia 18 de junho de 2021, no Auditório José de Alencar, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, a audiência Pública de forma híbrida, transmitida pelo site da ALMG e canal do YouTube, atendendo demanda dos sindicatos de servidores públicos.

A Audiência contou com a presença de representantes dos servidores de diversas áreas do serviço público do Estado, como saúde, educação, justiça e agropecuária. A autora do requerimento para a reunião foi apresentado pela Deputada Beatriz Cerqueira (PT). A parlamentar iniciou a reunião relatando um histórico de ações do seu mandato em defesa do Instituto, como a luta contra a proposta da reforma da previdência que previa o desmonte do órgão e ressaltou que a retirada do IPSEMG da reforma se deu com muita mobilização e trabalho.

A presidente do SISIPSEMG, Tieta, participou da audiência e agradeceu a comissão pela aprovação da reunião em tempo recorde devido à importância do tema discutido e agradeceu a deputada Beatriz e as entidades sindicais que estão na luta pelo Instituto. Reforçou a urgência na realização de concurso público e da necessidade de aumentar o número de vagas, visto o enorme déficit de servidores. Além desse assunto, cobrou uma reunião com o novo presidente para tratar de assuntos de interesse da categoria como o plano de carreira dos servidores, a incorporação da ajuda de custo e às 30 horas, criação de conselho de beneficiários, e comentou a perda do credenciamento do Hospital São Lucas pelo IPSEMG, dentre outros. “Os servidores estão trabalhando em exaustão por escassez de profissionais, sob pressão das coordenações e assédio”, finaliza.

A coordenadora geral do Sindicato Único em Educação do Estado de Minas Gerais, Denise de Paula Romano, relatou que são os maiores usuários do IPSEMG e que a categoria que é composta majoritariamente por mulheres tem sofrido com os processos resultantes da pandemia. Relatou sobre a dificuldade de se fazer exames como a mamografia, consultas com ginecologistas, principalmente por servidoras do norte de Minas e vale do Jequitinhonha, e que sente esses atos como violência à mulher, as impedindo políticas de prevenção à saúde.

A diretora do Sindicato Único da Saúde – Sind-Saúde/MG, Núbia Roberta Dias comentou que o Sindicato fez em todo o estado de Minas Gerais uma pesquisa na área da saúde, e assim como na educação, relatada pela coordenadora da educação Denise, temos dificuldade nos exames. Tivemos um estreitamento nos exames laboratoriais, principalmente, em municípios de até 20 mil habitantes, que antes tinham alguns laboratórios à sua disposição e hoje não tem mais. “Estamos tentando manter o Sistema Único de Saúde em funcionamento, mas a cada dia está muito difícil, e sem o atendimento do Ipsemg aos trabalhadores de saúde, nós vamos ter também outro problema dentro do SUS, que já encontra em colapso para atender a sociedade”, ressalta.  

Comentou que estiveram numa reunião com o governo e sentiu uma sensação que teriam uma gestão mais participativa dentro do Ipsemg, este importante Instituto que foi montado pelos servidores, e que a gestão precisa ser também compartilhada com o sindicato. “Temos muitos servidores da saúde desassistidos nesse processo pandêmico, tivemos uma baixa testagem de Covid-19 desses profissionais da linha de frente, solicitamos uma atenção imediata na organização. Somos uma categoria significativa de usuários dentro do Ipsemg. O Sindicato tem uma responsabilidade enorme com a saúde pública, ajudamos a organizar e descentralizar todo o sistema de saúde em todo o estado. E com a falta da ampliação do serviço do Ipsemg estamos concorrendo hoje com usuários do SUS.”

Nubia Dias mostrou a necessidade de participação dos servidores no debate sobre o que deve ser feito no Ipsemg e apontou a falta de diálogo da gestão. “Estamos numa dificuldade muito grande de discutir, ouvir e dialogar com esse governo. Desenhar um planejamento e uma gestão a partir daquele que usa o sistema e de um diálogo próximo, esse é o caminho. Precisamos finalizar as obras do Ipsemg, o recurso está em caixa. E gerir bem estes recursos para direcionar às regionais que estão mais necessitadas. Organizar as redes dentro do estado para que os usuários possam ter acesso a um serviço de qualidade.” A diretora chamou a atenção também quanto à faixa etária avançada dos servidores da saúde e do Ipsemg, muitos poderiam já estar aposentados, mas para isso precisamos de um novo concurso. E a atualização da listagem das empresas prestadoras de serviço que não são mais credenciadas ao Ipsemg, é um respeito ao usuário.

Os problemas relativos ao atendimento médico hospitalar aos usuários, principalmente no interior, também foram colocados na reunião. “Esse Instituto é uma luta e uma conquista linda dos trabalhadores, ela não pode morrer, precisamos discutir com os usuários e os servidores”, finaliza. 

Dentre os problemas citados pelas entidades, está a urgência na realização de concurso público para suprir as necessidades dos servidores e a falta de autonomia administrativa do Instituto, itens fundamentais para melhoria de condições de trabalho da categoria e o atendimento aos usuários. 

Thiago Bernardo Borges, presidente do IPSEMG, depois de ouvir as entidades, se comprometeu a reunir com os sindicatos para discutir as demandas.

A deputada Beatriz Cerqueira, finalizou a audiência informando que irá enviar também requerimentos ao presidente do IPSEMG solicitando a apresentação do planejamento de gestão, realização de concurso público, retomada das reuniões ordinárias do Conselho de Beneficiários e outras reivindicações os servidores do Ipsemg.