Regulamentação da profissão de condutor socorrista do Samu é reivindicada

Também foi cobrada em audiência a recomposição de repasses financeiros ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência em Minas.

Audiência realizada nesta quinta-feira (14/8/25) sobre a situação das unidades de atendimento do Samu em Minas Gerais teve como problemas destacados a falta de regulamentação da profissão de condutor socorrista e a redução do financiamento do serviço por parte da União, pressionando assim os cofres do Estado e municípios. Durante a audiência foi criada a Frente Mineira em Defesa da Regulamentação do Condutor Socorrista, movimento que o Sind-Saúde/MG integra.

A reunião foi realizada pela Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), a pedido do deputado Doorgal Andrada (PRD).

O Samu, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, tem financiamento tripartite das três esferas: União, estados municípios. Foi criado em 2003 e faz parte do Política Nacional de Urgências e Emergências. Em Minas, são 10 os consórcios intermunicipais de saúde da rede de urgência e emergência.

A diretora do Sind-Saúde, o Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde, Núbia Roberta Dias, defendeu a regulamentação da profissão do condutor do Samu ressaltando a importância de a sociedade entender como é a organização do serviço em Minas.

Conforme frisou, Minas inovou no País, e, a partir de entendimento com o Ministério Público, os consórcios podem realizar concursos para a contratação de condutores socorristas. Com isso, a maioria dos condutores hoje atuando no Estado são agentes públicos, sem estabilidade, mas selecionados e altamente capacitados, conforme frisou.

“O concurso para condutor socorrista trouxe uma excelência na organização do Samu que é única em Minas e precisa ser valorizada”, disse Núbia Dias.

Para a representante do sindicato, a expertise dos condutores concursados é importante em se tratando de um serviço cujo tempo de resposta pode significar a vida ou a morte, a recuperação do paciente, ou a sequela.

Segundo a diretora do Sind-Saúde, desde 2020 há dois projetos de lei no Congresso Nacional para regulamentar a atuação do condutor socorrista, além de um projeto em Minas parado desde 2019.

Sem a regulamentação e a valorização do condutor socorrista, tem havido a perda de profissonais para a iniciativa privada, lamentou ela.

Diran Rodrigues de Souza Filho, secretário executivo do Cias, Consórcio Intermunicipal Aliança para a Saúde, responde pela gestão do Samu na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Segundo acrescentou ele, sem ter a profissão regulamentada e sem o reconhecimento como trabalhador da saúde, o condutor socorrista ganha pouco e não pode acumular vínculo, sofrendo processo quando se vê obrigado a buscar uma renda maior, além de exaustão.

Com informações da Almg