Presença proibida na “Casa do Povo”
ALMG cerceia acesso, monitora entrada e proíbe permanecia de jornalistas e sindicalistas na antessala do plenário
Foto: TV Globo
O Sind-Saúde/MG vê com estranheza a decisão da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) que publicou nesta terça-feira (19/02) uma determinação que proíbe a entrada de jornalistas, sindicalistas e assessores na antessala do plenário, local onde tradicionalmente deputados davam entrevistas. No lugar também ocorrem conversas com os parlamentares e lideranças de diversos segmentos quando projetos que impactam suas representações estavam em andamento. A nova regra tem gerado uma repercussão negativa, sendo vista como medida antidemocrácia em um espaço que busca ser chamado como a “Casa do Povo”.
Assim que teve conhecimento da medida, o Sind-Saúde/MG protocolou ofício pedindo reunião com o presidente da Assembleia, Agostinho Patrus (PV).
Ainda segundo a deliberação 2.700/2019, a entrada na Assembleia Legislativa será condicionada à identificação à Polícia Legislativa. A decisão da mesa Diretora pegou de surpresa todos que estavam na ALMG nesta quinta-feira. O Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais considerou a nova regra uma das atitudes mais antidemocráticas da história da Assembleia. Veja a íntegra do repudio divulgado no site do Sindicato dos Jornalistas:
Assembleia Legislativa quer impedir trabalho da imprensa
Começa hoje a vigorar uma das atitudes mais antidemocráticas da história da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A deliberação 2.700 da Mesa Diretora proíbe que os jornalistas tenham acesso à antessala do plenário. Além disso, para entrarem na sede do Legislativo, jornalistas estarão sujeitos a cadastramento prévio.
No local, tradicionalmente, as equipes de reportagem acompanham as votações no plenário e realizam as entrevistas com os parlamentares.
A proibição do acesso dos jornalistas à antessala é um desrespeito ao trabalho da imprensa, e, sobretudo, um desrespeito ao cidadão, pois dificulta que a informação seja transmitida para a a sociedade.
O argumento usado na deliberação é, no mínimo, tacanho: “Para garantia da ordem dos trabalhos legislativos, da segurança das pessoas e da defesa do patrimônio público”. Tão tacanho que se equivale ao discurso dos mais covardes ditadores.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais repudia essa deliberação e vai lutar de todas as maneiras para que ela não siga adiante.
Os deputados da mesa diretora que assinam essa deliberação deveriam ter vergonha de participarem de uma página tão sombria da história da ALEMG. A saber são os seguintes deputados: Agostinho Patrus (PV), Antônio Carlos Arantes (PSDB), Cristiano Silveira (PT), Alencar da Silveira Jr. (PDT), Tadeu Martins Leite (MDB), Carlos Henrique (PRB), Arlen Santiago (PTB).