MP estuda pedido de sindicatos, trabalhadores e deputados pela interdição da Cidade Administrativa

O Ministério Público Estadual (MPE) começa a investigar nesta quarta-feira (01) a necessidade de interdição da Cidade Administrativa, sede do governo de Minas, no bairro Serra Verde, na região de Venda Nova. Um grupo de deputados estaduais e federais denunciou a queda de três janelas em dois prédios, no último sábado, que compõem o complexo. A suspeita é que os prédios, inaugurados em abril de 2010 com um custo de R$ 1,2 bilhão, apresentam falhas na estrutura.

“A interdição é necessária para que haja uma vistoria em toda a Cidade Administrativa. Há 16 mil trabalhadores lá dentro. Temos que evitar uma tragédia. A queda das janelas é um sintoma de que há algo errado”, disse o deputado Rogério Correia (PT), que entregou o pedido ao MPE.

De acordo com Correia, não houve motivos externos para a queda e, por isso, surgiu a dúvida da existência de um problema na estrutura. “Trabalhadores da sede nos informaram que não estava chovendo ou ventando quando algumas janelas caíram”, disse o deputado.

A Superintendência de Imprensa do governo negou a informação do político e atribuiu a queda das janelas a uma forte chuva de granizo e vendaval. Em nota, o órgão informou que “as janelas, projetadas para permanecerem fechadas – principalmente em época de chuvas – estavam abertas”.

No sábado, conforme informou o governo, caíram uma janela do prédio Minas, no 14º andar, e duas no prédio Gerais, no 13º e 14º andares. Ainda de acordo com o órgão, novas peças estão sendo fabricadas e serão instaladas nos próximos dias.

O diretor do Sindicato dos Servidores Estaduais da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde), Renato Barros, informou que, além das janelas, os trabalhadores da sede relataram que há trincas nas paredes e tetos dos edifícios. “Nós queremos que seja feito um laudo à parte para garantir a segurança dos trabalhadores e de quem frequenta a Cidade Administrativa. Uma dessas janelas poderia ter atingido um trabalhador”, disse o Barros.

Uma funcionária da cidade administrativa que preferiu não se identificar contou que os problemas de segurança no prédio são antigos. “As rachaduras sempre existiram. Além disso, não há proteção de chuva fora dos prédios. Chove nos pontos de ônibus e, às vezes, falta luz, é desesperador”, disse a funcionária.

Neste mês, várias lonas foram colocadas em encostas da sede para evitar desmoronamentos. Segundo a Defesa Civil estadual, não havia riscos para os funcionários.

Denúncias. Conforme informou a assessoria do MPE, outras três denúncias já estavam sendo investigadas pelo órgão relacionadas a superfaturamento, licitações da obra e outros problemas de infraestrutura na sede do governo.

Fonte: O Tempo