Machismo mata

Duas trabalhadoras da Fhemig foram vítimas de feminicídio na mesma semana

09-11 Feminicidio

A cada três dias uma mulher é morta pelo marido, namorado, companheiro ou ex em Minas Gerais, segundo dados do diagnóstico da violência divulgados pelo governo de Minas. No primeiro semestre deste ano, ocorreram 64 feminicídios no estado e outras 104 tentativas.


Na última quinta-feira (05/09), Josiane Pereira, enfermeira do Hospital Alberto Cavalcante, foi assassinada pelo ex-namorado na porta de uma escola no bairro Santa Branca, enquanto aguardava o fim das aulas para pegar as duas filhas. Três dias depois, a recepcionista da Maternidade Odete Valadares (MOV), também foi vítima de feminicídio. Adélia foi covardemente assassinada pelo ex-marido, que ainda não foi encontrado. Duas vidas que foram interrompidas pelas mãos de homens que se sentiram no direito de mudar o destino da vida dessas mulheres.


Em Belo Horizonte, o total de ocorrências deste tipo em 2019 já supera a totalidade de 2018. Segundo dados oficiais, os casos na cidade deram um salto de 300% entre janeiro e julho deste ano na comparação com o mesmo período de 2018, ano em que teve 144.957 registros policiais de violência contra mulher. Minas Gerais foi o estado que mais mulheres foram mortas por feminicídio no Brasil.


Outras servidoras da área de saúde de Belo Horizonte também foram vítimas de feminicídio no primeiro semestre deste ano, situação que vem aumentando consideravelmente. O Sindicato Único da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde) lamenta todas as mortes de mulheres vítimas da violência advinda do machismo, enraizada na sociedade patriarcal e se solidariza em especial com as famílias de Josiane e Adélia.


Muitas mulheres fazem denúncias inúmeras vezes de agressões físicas antes de chegar ao limite fatal. O poder público e as polícias precisam criar mecanismos melhores que atendam às necessidades dessas mulheres e lhes dê maior amparo e proteção de seus algozes. É preciso intensificar aberturas de inquéritos e fazer valer a rigor a lei Maria da Penha. Essa situação alarmante de morte das mulheres brasileiras precisa acabar.