Honduras – Relatório aponta 4.234 diferentes tipos de violações aos direitos humanos

Mais de quatro mil hondurenhos e hondurenhas já tiveram seus direitos violados pela ditadura . Isso é o que afirma o Segundo Relatório do Comitê de Familiares de Detidos Desaparecidos em Honduras (Cofadeh), divulgado ontem (22). A situação no país permanece sem solução entre as duas partes. Entretanto, termina hoje o prazo dado por Manuel Zelaya para que seja restituído ao poder.

As violações aos direitos humanos de hondurenhos e hondurenhas estão aumentando cada vez mais. De acordo com o relatório da Cofadeh, até o último dia 15 de outubro, 4.234 pessoas tiveram seus direitos desrespeitados. Execuções, atentados, ameaças, detenções ilegais e perseguições a líderes sociais e defensores dos direitos humanos são apenas alguns atos recorrentes no país após o dia 28 de junho.

“A partir de 29 de junho, Cofadeh começou a registrar violações aos direitos humanos relacionadas diretamente às manifestações pacíficas da população, violência que foi tomando diferentes tipos, formas e padrões. Passou da violência generalizada e de violência setorizada à violência seletiva dirigida a jornalistas e dirigentes da resistência, sem esquecer a intimidação judicial como ferramenta empregada para desmobilizar os opositores, uma média superior aos 114 acusados por delitos políticos tem-se registrado entre julho e outubro”, destaca o relatório.

 

Até agora, o Comitê já registrou 21 assassinatos e 108 ameaças de morte. A cifra aumenta ainda mais em relação às pessoas lesionadas e afetadas por golpes: 453, no total. Além disso, mais de três mil foram detidas ilegalmente e 26 jornalistas foram agredidos.

O documento aponta ainda que a repressão não só aumentou nos últimos meses, como também avançou para outros locais. “A repressão não só mudou de modalidade nos últimos meses, também de cenários, transportou-se aos bairros e colônias das diferentes cidades, municípios e aldeias onde se realizam manifestações contra o golpe e procedido a identificar e a executar cruzadas de castigo e perseguição contra os membros da resistência”, revela.

Prazo chega ao fim

Termina hoje o prazo dado por Manuel Zelaya para seu retorno ao poder. Segundo informações de Telesur, Zelaya afirmou, ontem, que Roberto Micheletti tem até a noite de hoje para restituí-lo no poder. Caso contrário, o mandatário constitucional dará o diálogo por encerrado.

A mesa de negociações já está parada desde a última terça-feira (20). A estratégia do governo de fato, segundo a Telesur, é atrasar o processo de negociações até as eleições presidenciais, previstas para ocorrerem no dia 29 de novembro, e, assim, não devolver a presidência ao mandatário constitucional.

Manifestações continuam

As mais de quatro mil violações aos direitos humanos em Honduras não intimidam a população. Hondurenhos e hondurenhas da Frente de Resistência ao Golpe de Estado permanecem com manifestações e mobilizações em várias partes do país.

Amanhã, em Stibys, a Frente realiza reunião de trabalho para analisar e tomar acordos sobre a propaganda eleitoral durante o golpe. Na manhã do dia seguinte, o município de Santa Ana promoverá um “grande Concerto” contra as ações do governo de fato.

Fonte: http://www.adital.com.br