Governo quer condenar Fhemig à gestão privada

Modelo de Organização Social fracassa em outros estados OS, mas governo estuda implementar em Minas

28 Audiencia OS ALMG 01

Os resultados em outros estados da gestão de Organização Social (OS) chegam a ser tão dramáticos que, a exemplo do Espírito Santo, um movimento começa a ser discutido para que o Estado volte ao comando das unidades hospitalares. Atrasado e na contramão dessa realidade, o governo de Minas Gerais sinaliza que quer avançar com a gestão privada nas unidades hospitalares. A proposta foi apresentada em audiência pública na Assembleia Legislativa (ALMG) nessa quarta-feira (28/08) e recebeu duras críticas de servidores e usuários do SUS. Parlamentares também questionaram a falta de debate com a sociedade de um tema que impacta a vida do povo mineiro.
Diretores do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde (Sind-Saúde/MG) rechaçaram a proposta e denunciaram a falta de transparência do tal estudo para uma suposta transferência de gestão. . Em alguns fóruns de discussão, representantes do governo chegaram a negar que esse estudo estivesse sendo encaminhado. Para o Sindicato, a Fhemig enfrenta outros problemas que são sistematicamente negligenciados pelo governo como financiamento, falta de repasse do Estado e o déficit de pessoal.
O vice-presidente do Conselho Estadual de Saúde, Ederson Alves da Silva, disse que o conselho, que é a organização da sociedade civil que atua no controle social da saúde, já analisou e se pronunciou contrariamente à opção de entrega da gestão para as OS. Segundo ele, a proposta foi refutada em plenárias do Conselho. As Conferências de Saúde, maior fórum deliberativo de saúde, vem reiteradamente negando todas as mudanças de modelo de gestão para modelos privados. A última edição nacional da Conferência, realizada no inicio de agosto, reafirmou a negativa de qualquer tipo de privatização, inclusive as chamadas OS.

28 Audiencia OS ALMG 02