Governo anuncia reajuste zero, de novo

Sindicatos repudiam decisão do governo e convoca categoria para lutar contra terceiro ano de salários congelados


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O governo estadual deixou para anunciar um dia após as eleições municipais que o funcionalismo de Minas Gerais irá amargar o terceiro ano consecutivo sem reajuste salarial. Em reunião protocolar, o secretário de planejamento e gestão, Helvécio Magalhães, informou na tarde desta segunda-feira (03/10) que a escala de pagamento se mantem até o final do ano e o reajuste de 2016 será mais uma vez zero. Além disso, o calendário do pagamento prejudica ainda mais os servidores. No mês de novembro, o salário (ou a primeira parcela) só será pago no 10º dia útil e nos outros meses continua no 8º dia útil. Para piorar o quadro de desrespeito com os servidores, o governo não dá previsão sobre o pagamento do 13º salário e diz que irá divulgar apenas no  final de novembro.

A reação dos sindicatos foi de completa indignação. Para o Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde (Sind-Saúde/MG) o próprio formato da reunião – que não pretende negociar, apenas informar – demonstra a falta de sensibilidade do governo com os servidores. O diretor do Sind-Saúde, Renato Barros, que acompanhou a reunião denunciou que a perda acumulada dos salários dos servidores chega a quase 30%. Contrariando o lema de “dialogar para governar”, o governo de Minas não dialoga e, por isso, não governa. A mesma política da gestão anterior de priorizar os acordos com grandes empresas, com alto nível de isenções fiscais em detrimento da valorização dos serviços e servidores públicos tem sido a lógica deste governo.

Ouça o pronunciamento do secretário Helvécio Magalhães após a reunião:

 


O calendário de divisão dos salários foi divulgado durante a reunião:

Outubro

Servidores com salários de até R$3mil – parcela única no dia 10

Servidores com salários de até R$6mil – parcelas 10 e 14

Servidores com salários acima de R$6mil – parcelas 10, 14 e 18

Novembro

Servidores com salários de até R$3mil – parcela única no dia 14

Servidores com salários de até R$6mil – parcelas 14 e 18

Servidores com salários acima de R$6mil – parcelas 14, 18 e 23

Dezembro

Servidores com salários de até R$3mil – parcela única no dia 12

Servidores com salários de até R$6mil – parcelas 12 e 19

Servidores com salários acima de R$6mil – parcelas 12, 19 e 21

De acordo com o governo, 75% dos servidores ganham abaixo de R$3mil, 17% recebem até R$6mil e 8% acima de R$6mil em Minas Gerais.   

O Sind-Saúde/MG, em conjunto com demais entidades sindicais, repudiaram a decisão do governo. O Sindicato também listou as demandas da saúde  que ainda estão sem solução do governo. Durante a reunião, foi questionado a falta de acesso ao contracheque. O governo justificou um problema técnico na Prodemge devido a mudança da folha que sai da Secretaria de Planejamento (Seplag) e passa para a pasta da Secretaria de Fazenda.

Entre os sindicatos que se posicionaram contra o anuncio do governo, os representantes do Sind-UTE e Sindifisco deram declarações após a reunião. Ouça a opinião da coordenadora do SInd-UTE, Beatriz Cerqueira, o presidente do Sindifisco, Lindolfo Fernandes e do diretor do SInd-Saúde, Renato Barros:

 

 

 

Mobilização

O Sindicato alerta a categoria que só com participação e mobilização é possível barrar a agenda de retrocesso e perda de direitos. Já nesta terça (04), o Sind-Saúde irá na Assembleia Legislativa (ALMG) pedir apoio dos parlamentares para a pauta da saúde. Durante a semana uma nova reunião com o governo deverá acontecer para tratar da redução da jornada e da revisão do plano de carreiras.

Fiquem atentos, só a luta muda a vida!