Enfermeiras(os) do Hospital Alberto Cavalcanti enfrentam assédio moral
Em reunião realizada na manhã desta sexta-feira, 19/02, trabalhadores (as) do Hospital relataram casos de perseguição e assedio moral.
Na última reunião da Mesa Específica de Negociação da Fhemig, realizada no dia 11 de fevereiro, o Sind-Saúde apresentou uma nova pauta referente ao Hospital Alberto Cavalcanti. Segundo relatos de trabalhadores, a direção do Hospital realizou um remanejamento interno, sem qualquer tipo de diálogo e sem a preocupação de como essa mudança pode impactar o trabalho das(os) enfermeiras(os). Foi encaminhado que um representante da administração central iria averiguar junto aos servidores(as) essa realidade.
Conforme encaminhado, na manhã da última sexta-feira, 19/02, uma psicóloga da Fhemig se reuniu com servidores(as) do Hospital para registrar os relatos. A diretora do Sind-Saúde Lúcia Barcelos esteve presente na reunião.
Os trabalhadores(as) relataram que já é antiga a postura da gestão em realizar remanejamentos sem qualquer tipo de diálogo. Mas o que vem acontecendo desde o início do ano revela que para além de uma ação arbitrária, a gestão do Hospital está assediando e perseguindo determinados trabalhadores. É o caso de um dos enfermeiros que foi transferido da unidade clínica para o bloco cirúrgico, sem nenhuma capacitação para tal atividade. O trabalhador assumiu que não tinha experiência para trabalhar no novo setor.
O que está por trás?
O enfermeiro em questão, junto a outro companheiro de trabalho, contam que sempre cobraram da administração melhores condições estruturais e de atendimento para os pacientes. Relataram que há déficit de plantonistas no Hospital e que eles reivindicaram, com sustentação jurídica, que a gestão tomasse as devidas providências, já que esse problema vem impactando diretamente a assistência aos usuários. Para eles, esse caso de remanejamento foi uma forma de punir a atuação crítica frente à gestão, além de separá-los, impedindo assim, a organização que eles já vinham realizando no Hospital.
E a arbitrariedade não é só com os servidores(as) que trabalham diretamente da assistência. O servidor responsável pela informática já foi “avisado” que a partir do próximo mês seu setor terá que trabalhar em regime de plantão, tendo a obrigação de atender as demandas do Hospital 24 horas por dia. O trabalhador lamenta a falta de cuidado da gestão e afirma que essa decisão vai prejudicar muito sua vida pessoal. “Fomos pegos de surpresa. Eu tenho uma vida lá fora e agora tenho que estar totalmente por conta do Hospital”, afirma.
Indignação
Os trabalhadores criticam o discurso do governo em “ouvir para governar”, mas na verdade não existe uma gestão participativa, as decisões são tomadas de cima para baixo. Ainda ressaltam que muitos trabalhadores(as) não reivindicam seus direitos por medo de serem perseguidos e punidos, já que o histórico tem sido esse.
Mobilizar para mudar
O Sind-Saúde se comprometeu a acompanhar o processo junto aos trabalhadores(as). Será encaminhada uma reunião específica com a diretoria assistencial da Fhemig e o sindicato vai solicitar intervenção do Ministério Público.