Em Vespasiano, o salário ó!
Prefeito nega reajuste de salário ao funcionalismo
Enquanto a negociação com os servidores da saúde e da educação de Vespasiano anda a passos lentos, a Câmara Municipal esqueceu os argumentos de crise para aprovar, em primeiro turno, projeto de lei que concede aos secretários municipais, presidente da câmara e vereadores aumento de 11,27%. Com apenas três votos contrários, a votação realizada nesta quinta-feira (10/03), foi convocada a toque de caixa: os vereadores alegaram que ficaram sabendo da sessão no final da tarde de ontem (quarta).
A tramitação ocorre no momento em que a prefeitura de Vespasiano nega qualquer reajuste aos servidores públicos da cidade. Dois dias antes, o prefeito Carlos Murta afirmou ao Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde Núcleo Regional Vespasiano (Sind-Saúde/Vespasiano) e ao Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE/subsede Vespasiano) que devido à situação dos cofres da prefeitura, o funcionalismo ficaria mais um ano sem reajuste dos salários.
Para unir forças, a categoria da saúde e da educação decidiram realizar a campanha salarial unificada neste ano. Os(as) trabalhadores(as) pedem o mesmo percentual de reajuste dado poder político da cidade.
Conforme a diretora do Sind-Saúde Vespasiano, Lionete Pires, ao ouvir a reivindicação dos servidores, o prefeito disparou que vai reduzir o próprio salário para R$ 11 mil, razão pela qual teria retirado seu cargo do projeto de lei que dá aumento de 11,27% à Câmara Municipal.
A diretora ironizou: “Olha que o prefeito recebe subsídio de R$ 11 mil, sendo que o subsídio é entendido como uma espécie de ajuda de custo, um complemento da renda. Então perguntamos, como o prefeito recebe um subsídio de R$ 11 mil e os trabalhadores da saúde recebem salário – que é sua fonte única de rendimentos – no valor de R$ 914,00?”
Em segundo ato da campanha unificada por reajuste salarial e melhores condições de trabalho, no dia 08 de março, servidores municipais da saúde e da educação se concentraram em frente à Policlínica Santa Clara, passaram pela UPA até chegar à prefeitura de Vespasiano.
Segundo os sindicatos, novas mobilizações deverão acontecer para chamar a atenção da população para esta inversão de prioridades da prefeitura de Vespasiano.