Dia Estadual de Lutas dá ponto de partida em mobilização contra o Regime de Recuperação Fiscal em Minas

Enquanto o governo Zema prepara para encaminhar, pela segunda vez, na Assembleia Legislativa (ALMG) a adesão ao chamado Regime de Recuperação Fiscal (RRF), o funcionalismo estadual dá sinais que a mobilização contra o pacote de enxugamento do Estado será grande. Nesta terça-feira (29/08), a manifestação do Dia Estadual de Lutas deu início a jornada que deverá acompanhar a tramitação do Projeto de Lei 1.202/2019, que além de retirar diversos diretos dos trabalhadores, pretende vender empresas mineiras e retirar o dispositivo constitucional que prevê a consulta popular em caso de privatizações. O PL foi desarquivado em julho e aguarda o despacho da presidência do legislativo para entrar na pauta a qualquer momento.

Ao coro de “Fora Zema” e outras manifestações contra o governador, centenas de trabalhadores concentraram em frente à ALMG por volta das 14 horas. O protesto reúne 24 sindicatos do funcionalismo, dentre eles o Sind-Saúde/MG, e marcou o lançamento da Frente Mineira em Defesa do Serviço Público. Os manifestantes alertaram para os riscos do PL, como a retirada de quinquênios, a suspensão de concurso público por nove anos e abertura para privatização da Cemig e Copasa, responsáveis pelos bens estratégicos do povo de Minas.

Os deputados estaduais Lohana, Betão, Professor Cleiton e Beatriz Cerqueira e o vereador de Belo Horizonte Bruno Pedralva estiveram na manifestação e posicionaram contrários ao Regime de Recuperação Fiscal que simboliza o desmonte do serviço público do Estado. A deputada estadual Beatriz Cerqueira falou sobre a importância de encher as galerias da ALMG no dia 13 para pressionar os parlamentares contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) proposta pelo governador Zema que coloca fim a exigência da Constituição Estadual de realização de referendo popular antes de propor privatizações no Estado. A PEC ainda pretende reduzir o quórum para aprovar as privatizações, de 48 para 39 deputados.

Representando o Sind-Saúde/MG, Dehorana conclamou a população para não aceitar o projeto de Estado Mínimo que representa as propostas de Zema:

Em muitas falas das lideranças sindicais foram usados exemplos tanto brasileiros, com Estados que aderiram ao RRF e enfrentam crises mais profundas de destruição do serviço público, quanto estrangeiros, com países que apostaram na privatização em décadas anteriores e hoje passam por processos de estatização.

A forte chuva que ameaçou cair não impediu os manifestantes de seguirem em passeata. O objetivo da caminhada foi dialogar com a população e mostrar os pontos que o governo Zema tenta aprovar no legislativo a despeito do povo mineiro. A passeata seguiu da ALMG até a Praça Sete.