Concurso na FHEMIG



Governo anuncia concurso na Fhemig e novos servidores podem abrir caminho para 30 horas

Em reunião da Mesa Negociação setorial da Fhemig, representantes do governo informaram ao Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde (Sind-Saúde/MG) que foi autorizado um concurso para preenchimento de 1.510 vagas na Fundação Hospitalar de Minas Gerais em diferentes áreas. Ainda segundo as informações, as vagas são para substituição  de contratos de acordo com uma solicitação do Ministério Público. O Sind-Saúde/MG acredita que com pressão da categoria este pode ser um passo importante para forçar a implementação da redução da jornada de trabalho, um pleito antigo da categoria que já foi assinado pelo governador Fernando Pimental, mas que até hoje não saiu do papel.

A reunião realizada nesta quarta-feira (08/11) na Cidade Administrativa discutiu problemas da Fhemig que o Sindicato pede respostas imediatas ao governo.editada

Veja os pontos que foram discutidos e a resposta da gestão para cada ponto: 

Ponto Facultativo

O governo afirmou que irá revogar a Portaria Presidencial 1293 sobre as regras do ponto facultativo. A portaria criada recentemente foi bastante criticada pelos trabalhadores e afetou o serviço nos dias estabelecidos como ponto facultativo. A gestão afirmou que a nova portaria está em estudo jurídico e deverá ser apresentada ao Sindicato. A Digep afirmou que assim que a nova regra estiver pronta para ser publicada, a portaria 1293 será revogada. A gestão antecipou na reunião que o objetivo é retomar o que já funcionava anteriormente. De acordo com os representantes do governo, em resposta à reinvindicação urgente do Sind-Saúde/MG, será retirado o trecho que coloca obrigatoriedade de trabalho para quem recebe abono emergência. O governo disse ainda que segundo a nova regra o trabalho no ponto facultativo não gerará credito, como é reivindicado pelo Sind-Saúde, mas abre possibilidade de rodízio entre trabalhadores e dará autonomia às unidades. 

Vale alimentação para todos

O Sind-Saúde reiterou a reivindicação do vale alimentação para todos, independente de jornada de trabalho. O governo confirmou que estenderá o vale alimentação integral para os técnicos de raio X e dentistas. Atualmente a Fhemig tem 245 técnicos de Raio X e 24 dentistas. Sem a extensão para todos os trabalhadores, são quase 3 mil servidores na Fhemig que ficam de fora do direito ao vale alimentação. O Sindicato comemora o atendimento de parte da reivindicação e continuará lutando para que todos tenham o direito. 

Hospital Galba Ortopédico

O Sind-Saúde criticou duramente a falta de respostas e transparência com que o governo conduz a situação do Hospital Galba Velloso Ortopédico, ameaçado de fechar. Os sindicalistas cobraram o relatório da COF sobre o pedido de verbas para o HGV-O.editada 1

Paralelamente á ameaça de fechamento do Galba ortopédico por falta de verbas, o governo do Estado anunciou investimentos de R$6 milhões para sanar os problemas do Hospital João XXIII, Hospital Maria Amelia Linz, Maternidade Odete Valadares, Hospital João Paulo II, mas deixou de fora a unidade ortopédica que atende 86 leitos que não serão absorvidos pela rede Fhemig. O Sind-Saúde chamou a atenção para destinação dos pacientes que tem sido encaminhados para hospitais privados a partir do momento em que são colocados na central de leito. Este fato tem sido denunciado desde o mês de julho quando teve inicio o movimento em defesa do HOGV, e é o que mais tem tornado explícito o desmonte da saúde pública no estado de Minas Gerais.

O Sindicato vê com muita preocupação as ações do governo que, segundo informação do representante do governo presente na reunião, mostra neste momento a vontade de fechar o hospital, porém, ainda que sob exigência do Sind-Saúde, se recusa a oficializar o anseio. Estranhamente, o governo não disponibilizou ao sindicato nenhuma das atas das reuniões que discutiram a situação do HOGV, o que nunca ocorreu em nenhuma reunião com nenhum governo.

Em uma semana de dialogo com a população, o Sind-Saúde colheu mais de 11 mil assinaturas contra o fechamento da unidade apenas com campanha na Praça Sete, centro da capital. Apoio de todo o Estado estão chegando à sede do Sind-Saúde e serão contabilizados para entrega de um abaixo-assinado do povo mineiro ao governo. 

Intransigência na Colônia Santa Izabel

O Sindicato voltou a denunciar abusos e ameaças da gestão da Casa de Saúde Santa Izabel (CCSI). A situação se agravou depois que trabalhadores denunciaram uma série de sumiços de materiais e equipamentos da unidade, além de outros desmandos da gestão. As irregularidades foram apresentadas com provas à gestão da Fhemig e ao representante do governo durante reunião com o Sind-Saúde/MG. Depois da denúncia, os servidores sofreram represarias e ameaças. Foram retirados de forma compulsória do setor de trabalho, tiveram cortes de ponto e ameaça de abertura de processo administrativo.   
A gestão da Fhemig admitiu erro na condução da apuração quando deixou que uma auditoria interna, comandada pelos próprios denunciados tomasse a frente das investigações, e disponibilizou para estes o nomes e as provas de quem fez a denúncia.

Os diretores do Sind-Saúde reafirmaram que os trabalhadores fizeram o que era de sua responsabilidade ao relatar que uma série de materiais estavam saindo da unidade de forma irregular.  O caso agora segue para uma auditoria externa e tem prazo de 30 dias para serem apresentados os resultados. A publicação da sindicância foi feita há 15 dias. 

Transporte de pacientes e desvio de função

Mais uma vez foi cobrado a solução de irregularidades cometidas pela gestão nas unidades. Entre elas estão o desvio de função de profissionais da enfermagem. Em um dos casos, os trabalhadores são obrigados a carregar galão de água e outras tarefas que não são de responsabilidade dos profissionais. A situação iniciou quando a empresa MGS afirmou que seus funcionários não poderiam fazer a tarefa, alegando exatamente o desvio de função. A Fhemig ao invés de resolver a questão transferiu o problema para seus trabalhadores. 

Uma outra situação grave é o transporte de pacientes nas ambulâncias sem o acompanhamento do médico ou enfermeiro. Uma resolução do Conselho Nacional de Enfermagem proíbe o técnico de enfermagem de realizar o transporte, mas na Fhemig inúmeras denúncias alegam o descumprimento da norma. A atitude gera risco ao trabalhador e ao paciente.