Combate à dengue

Prefeituras devem ficar atentas ao número máximo de visitas e sobrecarga de trabalho com aumento de focos

09-19 CombateAdengue

 


Para diminuir os casos de dengue é preciso interromper a cadeia de transmissão! A única forma é eliminar os criadouros do mosquito.

 

Os profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBS) são responsáveis pelas ações de prevenção e controle da dengue, através de visitas domiciliares para identificar os focos do mosquito. Estas ações devem fazer parte das rotinas e estarem integradas às demais ações desenvolvidas nestas unidades.

 

Mas Atenção!

 

Em alguns casos, com o alto índice de focos do Aedes Aegypti, há uma sobrecarrega para os Agentes de Combate à Endemias (ACE). Há municípios que a gestão propõe 30 a 40 visitas domiciliares por dia, fato que precariza as condições de trabalho desses profissionais e impossibilita o combate dos focos. O Ministério da Saúde preconiza que se realize 20 a 25 visitas por dia, tendo em vista que há casas e estabelecimentos que estão em situações precárias e, portanto, a vistoria é mais demorada. Acima desse número será feito um serviço de má qualidade, como alerta Lionete Pires, “o gestor que obriga o profissional a fazer um número maior de visitas, está colocando em risco a vida da população e impedindo que o serviço seja efetivo na orientação, educação, promoção em saúde e o combate aos focos de larvas da dengue”disse a diretora do Sind-Saúde.

 

Em Janaúba, no Norte de Minas, a administração exige que sejam feitas 30 vistorias por dia, um total de 150 visitas semanais por cada Agente, sendo contratados atualmente, apenas 42 profissionais. Para o diretor do Sind-Saúde e Agente de Combate à Endemias no munícipio, Rodrigo de Freitas, essa é uma precarização do trabalho, “temos vistorias não só para combate à dengue, mas também outras arboviroses, e muitas vezes por ter que cumprir essa quantidade de visitas com uma equipe reduzida, prejudica nosso trabalho. Os agentes estão sobrecarregados e o combate muitas vezes não é feito adequadamente”, explica o diretor.

 

Para o presidente da Federação Nacional dos Agentes Comunitários e de Combate à Endemias (FENASCE), Luís Claudio, vistorias acima de 25 por dia é a média nacional, “acima disso é fora da realidade, é um trabalho desqualificado, que visando apenas quantidade, escraviza o trabalhador. Não tem condições!” afirma o presidente.

 

É de competência do ACE atuar junto aos domicílios, informando aos seus moradores sobre a doença – seus sintomas e riscos – e o agente transmissor e medidas de prevenção; vistoriar o domicílio e peridomicílio, acompanhado pelo morador, para identificar locais de existência de objetos que sejam ou possam se transformar em criadouros de mosquito transmissor da dengue; orientar e acompanhar o morador na remoção, destruição ou vedação de objetos que possam se transformar em criadouros de mosquitos e caso seja necessário, remover mecanicamente os ovos e larvas do mosquito; entre tantas outras ações.

 

Por isso, é estritamente necessário cumprir as orientações necessárias para que os profissionais consigam realizar seu trabalho de forma adequada, para que o foco do Aedes, que traz tantas doenças para sociedade, seja de fato, reduzido.


Fonte: LEVANTAMENTO RÁPIDO DE ÍNDICES PARA AEDES AEGYPTI – LIRAa – PARA VIGILÂNCIA ENTOMOLÓGICA DO AEDES AEGYPTI NO BRASIL