Mesa setorial discute pautas da Fhemig

Em reunião, Fhemig afirma que orientação para as unidades é de evitar remanejamento de trabalhadores; outros assuntos foram tratados em pauta levantada pelo Sind-Saúde

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A reunião da mesa específica de negociação entre Fhemig e Sindicato Único dos Trabalhadores em Saúde (Sind-Saúde/MG), realizada nesta terça-feira (21/08), debateu impasses da gestão que estão no dia-a-dia dos trabalhadores da Fundação. A falta de uma resolução geral e pactuada com a categoria tem deixado um clima de insatisfação generalizada. Entre os pontos debatidos está o remanejamento interno dos(as) servidores(as). A direção de algumas unidades insistem em fazer uma espécie de rodizio entre os(as) trabalhadores(as). Essa atitude gera grave risco ao trabalho, expõe usuário e trabalhador e na maioria das vezes é feita de maneira unilateral e impositiva pela gestão.

A direção do Sind-Saúde classifica a atitude como irresponsável. “Não posso trabalhar na maternidade e de hoje para amanhã você me colocar no Centro Cirurgico. É um absurdo tremendo colocar um trabalhador que nunca entrou no CTI e sem treinamento apenas para cobrir uma falta. Remanejamento nós não defendemos e nem as entidades de classe nacionalmente aceitam” afirma a diretora do Sind-Saúde Neuza Freitas durante a reunião. O Sindicato defende o dimensionamento como alternativa e criticou a falta de Índice de Segurança Técnica da Fhemig.

Representando a presidência da Fundação,  o chefe de gabinete Fernando Guimaraes  afirmou que a orientação da administração central é que essas discussões aconteçam sempre em dialogo com o trabalhador. O Sindicato reafirmou que os casos não são isolados. O Sind-Saúde orienta aos trabalhadores(as) que vivem essa imposição de mudança de setor, procurar a entidade sindical para que um retrato da realidade seja encaminhado à Fhemig. Assim que esse levantamento for entregue, a Fhemig dará resposta em 15 dias.

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Epidemia de assédio moral       

Já o assessor de relações sindicais do governo de Minas, Carlos Calazans disse identifica uma epidemia de assédio moral na administração estadual. Segundo ele, para combater esse crime, irá criar uma ampla campanha contra o assédio moral. Calazans afirmou ainda que o governo precisa ter atitudes efetivas em relação às situações apresentadas pelo Sind-Saúde.

Portaria do ponto facultativo e feriado

Mesmo sendo uma regra criada recentemente, a Fhemig argumenta questões jurídicas como impedimento para revogar a portaria que alterou a forma do ponto facultativo e feriado. O Sindicato mantém o questionamento e afirmou que, inclusive, um parecer do departamento jurídico do Sind-Saúde enviado à procuradoria ainda não foi respondido. Para o Sind-Saúde a portaria não tem isonomia, não estabelece critérios transparentes e continua a gerar um enorme constrangimento nas unidades.  

 

Galba Ortopédico

A direção do Sindicato pediu informações sobre o andamento das melhorias no Hospital Galba Ortopédico que após o vitorioso movimento dos trabalhadores(as) voltou a funcionar. O Sind-Saúde solicitou a divulgação de um laudo atualizado da Vigilância Sanitária, já que muitos pontos que embasaram o documento para a proposta de fechamento do hospital já foram solucionados. Para a direção do Sindicato somente a partir desse novo documento é possível discutir valores de financiamento e obras para a unidade.

Foi denunciado também que a Fhemig não está encaminhando anestesistas e cirurgias agendadas estão sendo suspensas. Essa informação preocupa o Sindicato, pois isso poderia ser apresentado como justificativa de baixa produtividade em uma disputa pelo fechamento. Foi alertado que os anestesistas da unidade foram encaminhados para o Hospital Maria Amélia Lins (HMAL) e poderiam retornar. Segundo Calazans, o governo não defende o fechamento da unidade e informaram que o presidente da Fhemig encaminhou a solicitação de investimento no HGVO.

Galba Psiquiátrico

A direção do Sindicato levou também a reclamação dos(as) servidores(as) do Hospital Galba Veloso Psiquiátrico (HGV-P) que se viram obrigados a fazer rodizio entre a Ala e a emergência. Segundo a informação repassada durante a reunião, a diretora do HGV alega que a ação foi para aliviar um desgaste do trabalhador no atendimento ao paciente psiquiátrico. O diretor do Sindicato Adriano Carneiro que esteve reunido com os(as) trabalhadores(as) rebateu a alegação e disse que não é esse o desejo da categoria. “Se ela queria aliviar o trabalho, ela deveria antes de tudo ter conversado com os trabalhadores. O que sobrecarrega é a falta de pessoal”.

Colônia Santa Izabel

Acompanhando a reunião, uma comissão de trabalhadores da Casa de Saúde Santa Izabel (CSSI) trouxeram denúncias gravíssimas à administração central e ao governo.  Um dossiê será apresentado à Fhemig e ao governo com relatos e documentação que mostram um esquema de favorecimento, privilégios, ameaças de quem questiona a gestão e outras irregularidades. Os(as) trabalhadores(as) pedem uma intervenção imediata na CSSI. O governo solicitou a documentação urgente para analisar as providências.  

Sistema CADU

Foram relatados ainda problemas com a instalação do sistema CADU nas unidades da Fhemig. De acordo com a Diretoria de Gestão de Pessoas (Digep), a equipe irá as unidades para sanar os impasses. Segundo eles, a ida ao Hospital Cristiano Machado (HCM) será antecipada no calendário de visitações.  O Sindicato deixa claro que este sistema não se enquadra na assistência.

Outras demandas de unidades também foram abordadas na reunião. O Sindicato voltou a cobrar a extensão do abono de emergência para o Hospital Regional Antonio Dias (HRAD), Hospital Alberto Cavalcanti (HAC) e HGV. Neste debate, o Sindicato também cobra da gestão posicionamento quanto à extensão do abono como retaguarda aos demais trabalhadores. Debate que foi interrompido durante essa gestão.